Foi um coro de protestos e um chorrilho de lamentos à boleia da não renovação da comissão de serviço de Vítor Caldeira, à frente do TC.
A “intelligentsia” política nacional içou bandeiras, reclamando da decisão que cheirava a assalto ao poder e a pilantragem.
Que, ao lombo da Covid, o diploma, em discussão na AR, pretendendo alterar as regras da contratação pública, acabava por facilitar o acesso a empreitadas e à atribuição de fundos comunitários, um mar deles à mão dos do costume.
Que dificultavam a concorrência e a transparência, que abriam portas ao conluio, padrinhos, esquemas, e, finalmente, proporcionava a chaga nacional, a corrupção.
Que o ex-presidente do TC pagou pelos relatórios incómodos e críticos que, a propósito, e impertinentemente, tinha assinado, reduzindo a pó as mudanças pretendidas.
Tudo certo, mas Costa apenas foi temporão na decisão. Não teve jeito no tempo do anúncio. Como sempre.
À parte estes jogos florais, creio que ganhava o regime se todas as entidades fiscalizadoras e reguladoras fossem, de facto, independentes, o que passaria por um processo de nomeação mais refinado.
Até a democracia ficava mais decente.
Por estes deslizes e desmazelos está o regime na podridão que se vê.
(Foto DR)