Em Viseu, é consensual que o atual Mercado Municipal está ultrapassado por ser desconfortável, muito frio no inverno, demasiado grande para as atuais necessidades, havendo cada vez mais espaços comerciais desocupados no interior, e com fraca capacidade de atração de turistas, não obstante as campanhas de marketing e de animação promovidas pelo atual Executivo Municipal.
Surge agora a solução de mudar o mercado de frescos para o parque de estacionamento da Segurança Social, uma obra orçada em cerca de 750 mil euros.
Não tenho nada contra a solução apresentada, mas tenho tudo contra por ser uma solução encontrada sem haver um debate prévio de ideias e por ser a única proposta apresentada.
Precisamos, acima de tudo, de uma mudança de mentalidade, que passará por debater outras propostas de localização até se formar uma consciência clara dos prós e contras que fundamentam tecnicamente a decisão a tomar. Como motivos contra a construção do Mercado Municipal no parque de estacionamento da Segurança Social elenco os seguintes:
1- A existência naquela zona da cidade de serviços públicos âncora que fazem movimentar o comércio, destaco o eixo Câmara Municipal, Segurança Social e Central de Camionagem.
2- O desaparecimento de um número muito considerável de lugares de estacionamento, que no futuro levaria à construção de um silo ou de um estacionamento subterrâneo no atual Mercado da R. 21 de Agosto, o que teria elevados custos monetários. Como alternativa à atual solução, poderia equacionar-se a futura instalação do Mercado de Frescos nos terrenos paralelos ao parque da Radial de Santiago, na Avenida de Salamanca, próximo da rotunda do Coval, onde poderia ser construído o novo edifício do Mercado e um estacionamento subterrâneo, que podia ser rentabilizado, durante a Feira de S. Mateus, constituindo uma importante fonte de rendimento para os cofres da autarquia. Para além disso, na Av. da Radial de Santiago não faltam lugares de estacionamento, aliada à fluidez do trânsito.
O mais importante é que surjam outras propostas e que Executivo Municipal tenha espírito livre e capacidade de fomentar o debate de ideias. Viseu ficaria mais rica com essa pluralidade de contributos e quem governa teria fundamentos técnicos para decidir melhor.