O Egipto, parte da Turquia, o Iraque, o Irão, a Arábia Saudita, a Jordânia, o Líbano, a Síria, o Chipre… têm no seu epicentro Israel, a Palestina, a faixa de Gaza…. no seu todo, são 320 milhões de habitantes, maioritariamente árabes.
Desde 1947, logo após a IIª Guerra Mundial, a ONU deu o seu superavit à criação de dois estados, um palestiniano com 43% do território em partilha e outro judeu com os restantes 57%. Em 1948 os judeus criaram o Estado de Israel. Os palestinianos em total desacordo entraram em guerra. Com a sua derrota viram o seu território reduzido de 43 para 25%. Nunca mais houve paz…
O Hamas, Movimento de Resistência Islâmico, no dia 7 de Outubro deste ano, com o ataque surpresa a Israel, veio prestar um grande “favor” ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, fortemente contestado, interna e externamente, alvo de várias polémicas nos últimos anos, com profundas divisões no seu seio (a reforma judicial foi a gota de água), com apoios externos limitados.
O Hamas que internamente, na Palestina, se opõe ao Fatah, apregoa a luta armada, sem tréguas, contra Israel, com o objectivo da formação de um estado palestiniano independente que incluiria os territórios de Israel, da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
Fazendo fronteira com o Egipto, este país fechou as fronteiras à fuga dos palestinianos. O Mediterrâneo, por seu turno, está fortemente controlado. Os EUA já enviaram porta-aviões com mais de 5 mil soldados para o local.
Tentar compreender esta acção do 7 de Outubro, por mais razões históricas invocadas, antes e depois de 1947, é um intento que esbarra nos brutais meios usados e na mortandade provocada. E não está em causa a dual empatia pelos palestinianos ou pelos israelitas e suas causas. Com ela, o Hamas gerou um crescendo de animosidade mundial e de simpatia por Israel. Desviou a atenção da invasão Russa da Ucrânia. Dividiu os apoios militares a este país, deixando Putin a esfregar as mãos de contente.
Em Portugal, partidos políticos de esquerda, ideologicamente congelados no férreo e feroz ideal estalinista de 3 décadas (1922-1952), aqueles que nunca ergueram vozes para condenar a invasão da Ucrânia, não conseguem ter voz para criticar o acto terrorista do Hamas, antes parecendo neles se reverem com um despudor inquietante.
E não basta agora condenar a retaliação israelita, também ela manchada com o terror da sua amplitude, é fundamental ter presente de que lado partiu a barbárie… independentemente de todas as razões históricas sub e sobrejacentes ao brutal e inqualificável acto.
(Fotos DR)