Quando vemos “repórteres” correr atrás de um autarca que vai despejar o lixo para fazer notícia…
Algum convulsivo jornalismo actual, na sua capacidade incrível de criar sensacionais factos, mesmo e se alheados até da sua autónoma veracidade, desmesurando-os reiteradamente aos píncaros do Everest, para logo no dia seguinte os esquecer e deitar dente às cordoveias de outro escândalo, é a prova da bestial efemeridade superficial e acrítica dos consumidores, mas também evidência de uma era em que mais que a consubstanciada verdade, impera a novidade imediata do tipo fogo-fátuo-faralho em crespúsculo estival, acrescida de um tempo de modismos, subserviente e bajulador, transacionados com os arautos querubins dos plurais quadrantes políticos e soprados das tenebrosas sacristias das prósperas paróquias.
Agustina tem uma frase catita no seu “Dicionário Imperfeito”:
“É coisa nossa esquecer com indolência o que tramamos com ímpeto…”
Talvez muito do jornalismo-lixo que por aí se vê, aqui parcialmente se estribe.
Mas não só…