Podem encher-se pavilhões, pode glorificar-se a governação, pode engrandecer-se o caminho percorrido, podem excelsar-se alguns êxitos, podem gabar-se outros tantos sucessos, podem organizar-se festins, pode exuberar-se a coreografia, podem construir-se uns números, podem mobilizar-se uns figurantes, podem fretar-se camionetas, podem distribuir-se bandeiras, cornetas e assobios, podem convocar-se ministros, secretários de estado e autarcas, podem compor-se sorrisos para as câmaras.
Pode fazer-se tudo isto, e até mais, que tanto júbilo e regozijo não apagam o insucesso e as manchas da governança de 7 anos, a idade em que os casais têm a primeira crise séria de sentimentos, e pensam em separar-se.
O que conta na vida das pessoas é o descalabro na saúde, é o desastre na educação, são as greves que não param, são os escândalos que se multiplicam, é a miséria social, que podia não ser tanta, se o governo não se tornasse no aforrador-mor do “reino”.
O que conta é que ao fim de 7 anos, não há uma reforma estruturante para se apresentar ao povo.
O que conta é a guerrilha interna, aberta com a saída de Pedro Nuno Santos, que, livre como uma pomba, fará, com as tropas no terreno, os seus estragos naturais.
O que conta é que na festa estiveram os fiéis, e, mesmos entre esses, nem todos contentes com o rumo que as coisas teimam em não tomar.
O resto é foguetório que pode rebentar nas mãos de quem atira as canas