A má notícia é que só metade dos concelhos oferece todos os cursos do ensino secundário. Assim se esvai o princípio do acesso universal ao ensino, coisa bonita de se proclamar e escrever, mais difícil de concretizar.
A reivindicação de que o ME baixe o número mínimo de alunos por turma parece-me justa. Todos os concelhos, pela via do público ou do privado, deviam ter oferta formativa global, de modo a que nenhum aluno fosse forçado a sair do seu meio familiar ou a não seguir a sua vocação, meio caminho andado para o absentismo ou para o insucesso escolar.
O pior de tudo é que em 33 municípios não existe sequer o nível secundário, ficando pelo básico, tendo os alunos, que queiram prosseguir estudos, de procurar outras paragens para dar asas ao conhecimento.
É certo que, neste campo, o vírus é demográfico que só pode ser neutralizado a anos e não tem conserto no imediato. Só com políticas sociais de ciclo longo será possível voltar a fazer nascer criancinhas.
Disso, não tem culpa este governo, mas todos os governos que nada fizeram para captar pessoas para o interior, fazendo-as migrar para os grandes centros urbanos e para o litoral, seduzidos por um suposto bem-estar.