O Compadre Zacarias, depressivo e esquizofrénico reconhecido, ciclicamente tem de arranjar um tema para dar vazão à sua compulsiva inquietação.
Desta feita, sentado no café comigo e mais dois amigos, antes das 30 mocas de “sueca”, a agitação de Zacarias aumentava de tom, assim como a sua preocupação para o exercício da séria e crítica cidadania que se avizinha…
Em quem vai Zacarias votar para a Assembleia Municipal de Viseu, órgão importantíssimo na validação das grandes linhas de acção autárquicas?
Segundo ele e para já, cingir-se-ia a escolha a três candidatos:
Mota Faria pelo PSD;
João Paulo Rebelo pelo PS;
Filomena Pires pela CDU.
Queria a nossa opinião, à qual nos eximimos com a maior urbanidade, referindo-lhe que o voto é secreto e tem a ver com a análise de cada candidato, da sua actuação, do espectro partidário que representa, etc.
Mas não, os argumentos não colheram boa razão…
Segundo Zacarias, que é um reconhecido anarquista reformado, Mota Faria já deu o que tinha a dar e os muitos e sucessivos anos de “missão” mais cinzentos foram que brilhantes, exercendo os mandatos como mera “caixa de eco” dos executivos eleitos pelo seu partido, com o discernimento e a razão “antolhados” pelo coração. Nada de novo e substantivo a esperar, mais do mesmo…
Quanto a João Paulo Rebelo, um magistral erro de casting, segundo Zacarias, este seria o que nunca, em circunstância alguma, fosse para qual eleição fosse, teria o seu voto. Um político a quem faz jus o anexim: “Vale mais cair em graça do que ser engraçado.” E, de graça em graça, tem levado Rebelo a bom porto a sua espinhosa “missão”, levantando ao seu passar um coro de lamentações que nem Costa nem Azevedo parecem ouvir, alheios e surdos aos clamores…
Enfim, olhos postos na actuação autárquica interventiva, Zacarias focava-se esperançadamente em Filomena Pires, mulher competente, desassombrada, incisiva e sempre certeira nas suas intervenções como deputada na AM.
Perante isto, questionámos Zacarias se não havia outros candidatos, de outras forças políticas? Haver havia, retorquiu ele, mas não sabe bem quem são e para se decidir, ainda vai ter que estudar as suas propostas e a sua acção política pretérita…
Zacarias vai pesquisar, investigar e, depressivo ou não, não quer falhar em matéria de tão supina importância, ele que nunca pôs uma cruz ao acaso…