Independentemente dos casos e casinhos, da sua quantidade e diferente gravidade, das mentiras e mentirocas, a verdade é que são em demasia os episódios rocambolescos, até ridículos, em que o governo se vê recorrentemente envolvido.
Praticamente, não há semana em que não haja polémica ou comportamento questionável. A questão leva-nos por caminhos longínquos e labirínticos. Tantos são os episódios tristes que vale a pena interrogar o escrutínio no recrutamento até das segundas linhas e a coordenação governativa, que, inexplicavelmente, mais parece não existir.
O risível da coisa chega ao ponto do sequestro de três senhoras do gabinete ministerial, de eventuais agressões em edifício público, e da apropriação de um computador do Estado, com informação classificada.
Tudo isto, tendo como protagonista um adjunto rebelde, de nariz empinado, que tresmalhou, fugiu ao chefe imediato.
Qual o critério, então, de escolha dos membros dos gabinetes, para além da sintonia cromática, do amiguismo, do lugar numa qualquer e vulgar concelhia?
Por tudo isto, e salvo as honrosas excepções, não é exigente o percurso pedido para um pretendente se chegar à linha da frente: basta inscrever-se e gozar da coincidência feliz de estar no sítio certo, à hora certa, acompanhado da companhia certa. A sorte encarrega-se de tratar do resto, e o destino de o aconchegar.