“O André Ventura é um encantador de burros e os burros somos nós”, acusa ex-líder da concelhia da Póvoa do Varzim

Situações destas não são exclusivas do Porto. Em Viseu, o assanhado líder da distrital, João Tilly, também cabeça de lista do Conselho Nacional do partido eleito em lista única com 83% dos votos, decidiu fazer uma purga, retirando a confiança a destacados membros locais, como o cabeça de lista à autarquia viseense. Talvez por recear que lhe pudesse vir a fazer sombra ou por perceber que não se tratava de “um pau mandado”. Talvez…

Tópico(s) Artigo

  • 14:06 | Domingo, 16 de Janeiro de 2022
  • Ler em 2 minutos

Responsáveis do Chega na Maia e Póvoa do Varzim batem com a porta e criticam o líder do partido, que acusam de praticar na “seita” um “culto da personalidade”. O que aliás é bem visível de quantos têm olhos para ver e seguem com atenção as “aparições do 4º pastorinho de Fátima”.

João Leitão da concelhia da Maia é claro “Dentro do Chega impera a ditadura e a censura. Dizermos, por exemplo, que numa determinada concelhia existe nepotismo era motivo para recebermos uma ordem de suspensão ou até de expulsão do partido. Mas não é a censura que nos vai calar. Por isso, desfiliámo-nos e já podemos falar. Falaríamos na mesma, mas não lhes damos o gosto de nos suspenderem ou expulsarem” e acrescenta referindo-se ao Porto: “havia mais de 5 mil militantes a pagar quotas. Mas no último congresso percebeu-se que agora não chegam a mil. Isso significa que há realmente um descrédito muito grande e um desânimo e que as pessoas começaram a perceber que realmente é um partido vazio de ideias” (…) “O Chega é hoje um partido onde, das bases à direcção nacional, prolifera o nepotismo e o clientelismo”.

Fernando Arriscado, da concelhia de Póvoa do Varzim acusa “um dos pontos intocáveis no Chega é que não pode haver poder nas bases. Se houver poder na base, vamos retirar poder ao André Ventura” e mais diz “Conheço uma pessoa que diz que o André Ventura é um encantador de burros e os burros somos nós. E eu hoje reconheço que ele está coberto de razão” (…) O Chega “não é um partido, é uma seita” (…) “Pode ser uma pedra no sapato e o causador de uma instabilidade brutal no nosso país”.

José Carlos Silva da concelhia da Maia diz que no partido conheceu “o pior que há no ser humano” e que no seu interior existe “a hipocrisia, falta de ética e a traição” (…) “O partido está completamente minado de gente incapaz de proteger o bem comum”.


Situações destas não são exclusivas do Porto. Em Viseu, o assanhado líder da distrital, João Tilly, também cabeça de lista do Conselho Nacional do partido eleito em lista única com 83% dos votos, decidiu fazer uma purga, retirando a confiança a destacados membros locais, como o cabeça de lista à autarquia viseense. Talvez por recear que lhe pudesse vir a fazer sombra ou por perceber que não se tratava de “um pau mandado”. Talvez…

 

 

Democracia e Chega não rimam desde o aparecimento deste partido em Portugal. Aos poucos, a dissidência intensifica-se e a verdade deste partido de extrema direita vem ao de cima, mostrando pelas palavras e acções de responsáveis e ex-responsáveis políticos que o “terramoto do sistema” poderá não passar de uma trovoada de Verão, com aguaceiros e granizo à mistura…

 

(Fotos DR)

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Opinião