Portugal não é uma “ilha de pinguins” como nos querem etiquetar os “senhores donos” do futebol, associados nas grandes financeiras, como JP Morgan, que viram as suas contas financeiras dilaceradas pela pandemia COVID-19.
E se lembramos este acontecimento é para nos referimos ao facto de o primeiro-ministro, António Costa, em resposta a recapitalização da CGD e as dificuldades que a Comissão Europeia podia levantar, ter dito: “Bater-nos-emos em todas as instâncias europeias” pela “interpretação do direito de concorrência europeu”, tal como pode vir a acontecer com uma Superliga Europeia de Futebol.
E esta disposição pode alterar a leitura que temos da realidade europeia. Se a política oficial era aceitar com atitude cabisbaixa, hoje, temos um Primeiro-ministro disposto a defender Portugal e os outros europeus a ser parte inteira da União Europeia.
Convém frisar que não somos uma “ilha de Pinguins” na Europa. A “Ilha dos Pinguins”, escrita há mais de cem anos por Anatole France a que nos referimos, era uma parábola da história da “civilização pinguínia” contaminada pelo gérmen das conflitualidades (1914).
É para aí que nos leva a corte de clubes de contas depauperadas pela COVID-19. Querem safar a pele, seja à custa de quem for. Não temos que fazer o papel descrito por Anatole France, “Ilha dos Pinguins”, na União Europeia.