Vê-se diariamente na rua toda uma onda de contestação por melhores salários, o que é perfeitamente legítimo.
De facto, estes dificilmente permitem fazer face à carestia da vida.
Gostava também de ver o povo manifestar-se em idêntica e potenciada atitude contra os agiotas especuladores que nos roubam em toda a parte, através da inexplicável, incontrolada e desmesurada subida constante, recorrente e brutal dos produtos de primeira necessidade, por mero exemplo, mas há outros…
É inexplicável tal complacência… tão evidente que até se pode conjecturar ser cumplicidade.
Por seu turno, a fiscalizadora ASAE, já vai na 4° tutela, mantém-se sem inspector-geral e chefiada por um inspector interino… tratar-se-á de uma conveniente incúria? Ou de uma indiligente conveniência?
Se o ministério das finanças, em operações conjuntas com o ministério da administração interna, manda para as estradas brigadas mistas da autoridade tributária e da GNR para fiscalizar o Ti Manel e ver se ele leva 5 chouriços, 3 galináceos e 7 alfaces para o mercado de produtores da vila, sem guia de remessa ou factura, na decrépita hiace, porque não envia as mesmas brigadas para os locais onde, à vista desarmada, se especula alarvemente?
Se dúvidas houvesse bastaria ver os resultados inerentes às contas de 2022 e perceber as centenas de milhões de euros de lucros obtidos… E já agora, a taxação sobre os lucros extraordinários ainda estará a “aboberar” na gaveta de secretária de algum ministro?
E os impostos não pagos de centenas de milhões sobre a venda de barragens, já terão sido liquidados? E as grandes dívidas à banca pública, já terão sido cobradas?
Grandes com os pequenos e pequenos com os grandes é um bizarro lema dos governos que tanto temem enfrentar os grandes grupos, se calhar porque de seguida, ao fim do exercício da “missão”, haverá uns lugarzinhos nos concelhos de administração, sugere o Compadre Zacarias que é, como ninguém ignora, uma “língua de trapos”.