Numa empresa, na sala de reuniões do 4º andar do edifício, entre apertos de mãos e fortes gargalhadas, na mesa de madeira escura maciça, com as garrafas de água alinhadas, discute-se a aplicação a lei da paridade de quotas, que se encontra na ordem de trabalhos.
Na reunião prevista para aquele dia, o José, o Manuel e o António, todos administradores, peroram sobre a implementação da recente lei da paridade.
– José: escolhemos a gordinha que trabalha na recepcção, a Gabriela, é burra, mas para o efeito serve.
– Manuel: podemos eleger a Maria, não é muito competente, mas é uma gaja óptima.
– António: ocupamos o lugar com a Joana, tem desempenhado um trabalho excepcional, tem um mestrado de especialização na área e um MBA.
O lugar foi ocupado pela Maria.
Se o homem e a mulher correspondem cada um a 50% do planeta, e são iguais, a distribuição pelos cargos públicos e empregos deveria ser igualitária.
O problema é que estamos a corrigir os efeitos e não as causas. E não, não é bom sinal a necessidade da criação da “lei da paridade de quotas”, pois significa que ainda não existe a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, que existem mulheres qualificadas e competentes e que são excluídas pelo seu género.
A igualdade existirá no dia em que esta lei deixar de ser necessária.
A lei da paridade de quotas não promove o mérito, mas sim as marias e as gordas da recepcção, as joanas-mulheres dignas de trabalho por mérito próprio continuam à espera do reconhecimento.
E quando deixar de ser necessária, tal lei, todas são marias, gordas e joanas.
Por fim, a Joana continua como estagiária, com o ordenado mensal de 700 euros. A lei da paridade é uma mera ilusão.