No início do ano passado dirigentes ocidentais apressaram-se a dizer que o Partido Comunista Chinês estava a viver o seu “momento Tchernobyl”.
Lembremos que a catástrofe nuclear na Ucrânia, em 1986, foi precursora da queda da URSS em 1991.
Hoje parece que tais perspectivas eram manifestamente exageradas.
Afinal China está e sair reforçada do “seu Tchernobyl”.
Tem a pandemia controlada.
Tem uma vacina para a pandemia.
Tem-na prometida aos países emergentes em dezenas de milhões e a um preço irrisório o que alargará a sua área de influência.
Concluiu um acordo comercial com a Europa no qual continua a não ter que subscrever as Convenções fundamentais da OIT contra o trabalho forçado.
(Este acordo só pode ser compreendido porque a Alemanha o considerava fundamental para os seus interesses e quis garanti-lo na sua presidência).
Ao contrário, no Ocidente vemos as suas principais bandeiras serem manchadas e postas em causa, sabe Deus com que consequências.
Nos Estados Unidos, Donald Trump desacreditou a Democracia para lá de tudo o que os ditadores, onde quer que estivessem, poderiam sequer sonhar.
A Europa viu pilares fundamentais – a livre circulação, a apregoada excelência dos sistemas de saúde e de proteção social – serem postos em causa com a pandemia.
Assim quem é que está a ter o “momento Tchernobyl”?
(Foto DR)