Momento Tchernobyl

Nos Estados Unidos, Donald Trump desacreditou a Democracia para lá de tudo o que os ditadores, onde quer que estivessem, poderiam sequer sonhar.

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  • 21:22 | Sexta-feira, 01 de Janeiro de 2021
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No início do ano passado dirigentes ocidentais apressaram-se a dizer que o Partido Comunista Chinês estava a viver o seu “momento Tchernobyl”.

Lembremos que a catástrofe nuclear na Ucrânia, em 1986, foi precursora da queda da URSS em 1991.

Hoje parece que tais perspectivas eram manifestamente exageradas.


Afinal China está e sair reforçada do “seu Tchernobyl”.

Tem a pandemia controlada.

Tem uma vacina para a pandemia.

Tem-na prometida aos países emergentes em dezenas de milhões e a um preço irrisório o que alargará a sua área de influência.

Concluiu um acordo comercial com a Europa no qual continua a não ter que subscrever as Convenções fundamentais da OIT contra o trabalho forçado.

(Este acordo só pode ser compreendido porque a Alemanha o considerava fundamental para os seus interesses e quis garanti-lo na sua presidência).

Ao contrário, no Ocidente vemos as suas principais bandeiras serem manchadas e postas em causa, sabe Deus com que consequências.

Nos Estados Unidos, Donald Trump desacreditou a Democracia para lá de tudo o que os ditadores, onde quer que estivessem, poderiam sequer sonhar.

A Europa viu pilares fundamentais – a livre circulação, a apregoada excelência dos sistemas de saúde e de proteção social – serem postos em causa com a pandemia.

Assim quem é que está a ter o “momento Tchernobyl”?

 

(Foto DR)

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