Portugal precisa de ter uma boa rede de transporte e distribuição de eletricidade e precisa de ter redes de distribuição de gás natural, por agora, e renováveis num curto espaço de tempo, que possam integrar um sistema energético sustentável e seguro.
A resposta deveria ser, de imediato, negativa, mas Lisboa comprova, por agora, que o seu alcaide é alguém a quem falta muito do que se exigiria para a função.
Carlos Moedas foi eleito para um lugar para o qual não estava, nem está, preparado.
Lisboa é um porta aviões em termos das implicações sobre o seu território, a sua área metropolitana e sobre o país. Nessa leitura, na influência que o líder municipal da capital tem, Moedas ainda não conseguiu nem uma só linha, nem um só sentido estratégico.
Há um mês reuniu-se com os presidentes de Oeiras e Cascais. O assunto central era a administração do território na relação difícil com o Porto. Ora, desse encontro saiu uma posição clara dos dois outros municípios mas não de Lisboa. E Moedas, se fosse alguém com visão, teria concluído que nesse tema ainda há Loures e Vila Franca, concelhos a quem o rio concede imposições tão ou mais significativas. Ou seja, Moedas foi de carrinho com Isaltino e Carreiras, dois políticos que lhe dão pelas barbas.
Não se nega simpatia a Moedas. Esta sua caraterística ficou bem vincada no debate sobre o aeroporto. Moedas saiu e disse aos jornalistas que estava à espera que o Governo lhe dissesse qualquer coisinha. O aspeto franzino, ainda mais nítido naquele momento, demonstrava a sua total ausência de caminho, a necessidade de um buraco para se enfiar.
Um alcaide da capital não pede licença para existir, não espera por ninguém para ter uma opinião. Moedas não esteve à altura da História de Lisboa, Moedas nem sequer esteve à altura do que o seu partido lhe pede.
A grande realização que Lisboa vai ter nos próximos anos vão ser as Jornadas Mundiais da Juventude. Muitas centenas de milhar de jovens virão a Lisboa para mais uma das grandes realizações que a Igreja Católica consegue construir.
Está claro que o Governo e a Câmara Municipal de Loures, gente conhecedora e que não deixará de rendibilizar o fracasso de Moedas colocará as retretes ambulantes nos sítios onde devem ficar.
Tudo isto o que aqui escrevo é só incompetência, mas a estátua ao “muralha de aço” é ausência de cultura política.
Um grupo de saudosistas dos idos dias do PREC foi recebido por Moedas. Só um alcaide com uma agenda em branco é que tem tempo para estas minudências. O tema era – um monumento a Vasco Gonçalves.
Meio século depois regressa o fantasma, Vasco Gonçalves.
Otelo divide opiniões, mas Vasco Gonçalves é um proscrito da História.
O que fez Moedas dividir-se entre a construção de um busto ou de um memorial para homenagear a “muralha de aço”? Não tenho para mim que tenha sido solicitação de gente próxima, indico mais síndrome de Estocolmo. Moedas rejeita ser comunista, mas é, por dentro, um comunista.
Senhor Presidente, deixe lá o Vasquinho esquecido nas bermas da nossa história recente. Faça-se presidente e ocupe o seu tempo com coisas sérias. Já agora, quando é que começam a recolher o lixo?
(Fotos DR)