Não votei em Marcelo Rebelo de Sousa para presidente da República. Isto dito, vamos à opinião…
MRS é uma figura polémica. Antes isso. Não agrada a gregos e troianos. Antes isso. Teve em Passos Coelho, da mesma família política, um forte oponente. Provavelmente por ser da mesma família política e entender que devia ser um presidente do PSD. Como aliás foi Cavaco Silva.
MRS inaugurou um estilo de proximidade que o seu antecessor, na sua antipática rigidez, nunca conseguiu ter. Nem terá tentado…
A energia de MRS faz dele um Presidente do “em-todo-o-lado”, seja junto dos sem-abrigos seja ao lado de empresários. Há quem não goste e use a calçadeira para destilar ódios de circunstância.
Preso por ter cão e por não ter, alimentando controvérsias, é o candidato para o próximo mandato. Desta vez, até eu voto nele.
Provavelmente, os críticos nem se detiveram a pensar que por detrás de cada acto há uma simbologia própria a transmitir a todos os portugueses. A saber:
Ir à praia, sim, mas com respeito por todas as regras da DGS;
A paulatina normalidade que se reinstala dita que devemos tentar entrar nela. Ir ao supermercado fazer as nossas compras, cumprindo as regras;
Estar com os agricultores para valorizar a sua produção e os produtos portugueses;
Ir comer ao restaurante para declarar o retomar da actividade, dentro das normas;
Dormir num hotel, provavelmente com menos comodidades das de sua casa para dizer: é seguro e é imperioso proteger a actividade turística.
E por aí fora…
Quem vir nestes actos outros intentos, está no seu direito. Afinal, como escrevia Anaïs Nin, “Cada um vê o que tem dentro da cabeça.”