Marcelo e o claro simbolismo dos gestos

MRS inaugurou um estilo de proximidade que o seu antecessor, na sua antipática rigidez, nunca conseguiu ter. Nem terá tentado…

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  • 12:58 | Sábado, 30 de Maio de 2020
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Não votei em Marcelo Rebelo de Sousa para presidente da República. Isto dito, vamos à opinião…

MRS é uma figura polémica. Antes isso. Não agrada a gregos e troianos. Antes isso. Teve em Passos Coelho, da mesma família política, um forte oponente. Provavelmente por ser da mesma família política e entender que devia ser um presidente do PSD. Como aliás foi Cavaco Silva.

MRS inaugurou um estilo de proximidade que o seu antecessor, na sua antipática rigidez, nunca conseguiu ter. Nem terá tentado…


A energia de MRS faz dele um Presidente do “em-todo-o-lado”, seja junto dos sem-abrigos seja ao lado de empresários. Há quem não goste e use a calçadeira para destilar ódios de circunstância.

Preso por ter cão e por não ter, alimentando controvérsias, é o candidato para o próximo mandato. Desta vez, até eu voto nele.

Criticado por dar um mergulho na praia de Cascais (onde vive); criticado por ir fazer compras a um supermercado; criticado por estar junto com os agricultores; criticado por ir comer a um restaurante de bairro; criticado por ir pernoitar num hotel de 3 estrelas…

Provavelmente, os críticos nem se detiveram a pensar que por detrás de cada acto há uma simbologia própria a transmitir a todos os portugueses. A saber:

Ir à praia, sim, mas com respeito por todas as regras da DGS;

A paulatina normalidade que se reinstala dita que devemos tentar entrar nela. Ir ao supermercado fazer as nossas compras, cumprindo as regras;

Estar com os agricultores para valorizar a sua produção e os produtos portugueses;

Ir comer ao restaurante para declarar o retomar da actividade, dentro das normas;

Dormir num hotel, provavelmente com menos comodidades das de sua casa para dizer: é seguro e é imperioso proteger a actividade turística.

E por aí fora…

Quem vir nestes actos outros intentos, está no seu direito. Afinal, como escrevia Anaïs Nin, “Cada um vê o que tem dentro da cabeça.”

 

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Publicado em Opinião