Ciclicamente aparecem na política caras novas com distintas formas de agir, o que pode representar sempre uma lufada de ar fresco ou um sopro bafiento. E ainda bem, pois não estamos na Venezuela, nem na China, nem na Rússia, nem na Coreia do Norte… onde os líderes políticos são eternos.
Com o respeito pelas devidas proporções e contexto, Robert Redford faz milagres na recuperação do irrecuperável. Neste caso de um cavalo tornado irascível e violento fruto de um terrível acidente sofrido.
O XXIV Governo Constitucional tomou posse no início de Abril de 2024, ou seja, há aproximadamente 4 meses. Encontrou um país sectorialmente revoltado e em guerra aberta com o governo, fruto de uma obsessão com o déficit, uma intransigência negocial e péssima política de alguns dos ministros de António Costa, como, por exemplo, o da Educação.
O milagre de Montenegro, com prazo de validade à vista, consistiu em tudo prometer e pouco ou nada fazer, reunindo com sindicatos divididos, optando por negociar com os mais dóceis, em suma, tirando da rua a contestação e acenando de longe com um chupa-chupa, criou expectativas que todos os sectores esperam com justa ansiedade ver correspondidas a breve trecho.
Os militares estão satisfeitos. As forças de segurança, apesar dos 300 euros recebidos, estão descontentes. Os professores ameaçam ir para a luta já no início do próximo ano escolar, em Setembro. Os médicos recusam as propostas do governo e fazem greves. Os outros aguardam o cumprimento das promessas. O cenário não é positivo.
Em boa verdade, este governo está em funções há apenas quatro meses. Há pois que lhe dar tempo para honrar a sua palavra, efectivar as suas promessas e calar os seus detractores com factos irrefragáveis.
Lembremos ainda que o último milagre ocorrido em Portugal, foi em Fátima, em 1917…