“Lideranças fracas”

O caso Gandra d’Almeida é uma das cerejas em cima do bolo. Escolha pessoal da ministra, da sua confiança pessoal, gestor do núcleo duro do Norte a quem, por sua indicação, o governo atribuiu louvor pela “nobre conduta e integridade”, revelou-se aquilo que hoje ninguém ignora e que levou a que o terceiro director-executivo do SNS passasse pelo lugar em menos de um ano.

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  • 16:42 | Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025
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Ana Paula Martins, pouco após ter tomado posse do lugar de ministra da Saúde começou a fazer purgas por essas ULS’s fora.

Pretextando-se naquilo que apodou de “lideranças fracas” à frente dos conselhos de administração hospitalares, em pouco tempo criou as condições favoráveis para correr com muitos deles e colocar os CA de sua confiança, que seriam, pela mais elementar lógica e por oposição, lideranças fortes.

O que, em boa verdade, os portugueses e nomeadamente os utentes do SNS, ainda não percepcionaram no quotidiano das suas idas aos hospitais, os quais, com as suas novas administrações, até ao momento, ainda não conseguiram dar a volta ao grave estado da saúde em Portugal.


Tenhamos presente que esta era a mais importante bandeira eleitoral de Luís Montenegro, que começou por não ser feliz com a ministra escolhida, que se tem, sistematicamente, envolvido em polémicas várias e até evitáveis, se a competência, o critério, a lucidez e o mais elementar bom senso imperasse.

O caso Gandra d’Almeida é uma das cerejas em cima do bolo. Escolha pessoal da ministra, da sua confiança pessoal, gestor do núcleo duro do Norte a quem, por sua indicação, o governo atribuiu louvor pela “nobre conduta e integridade”, revelou-se aquilo que hoje ninguém ignora e que levou a que o terceiro director-executivo do SNS passasse pelo lugar em menos de um ano.

Com a escolha hoje anunciada de Álvaro Santos Almeida, ex-deputado do PSD, ex-candidato a CM Porto e professor do ensino superior, todos fazemos votos de que à terceira seja de vez.

Por esses distritos fora, os boys vão-se fazendo ao lugar, menos por mérito do que por filiação partidária, alguns nada tendo a ver com o lugar que ocupam em termos de formação académica e carreira profissional.

Os lugar-tenentes que pontificam em cada distrito, os edis, demais “influentes” e os “políticos do cochicho” não resistem ao caudaloso e missionário afã, muito pressionados pelos ávidos do costume, de colocar as suas tropas, que céleres endossam para os lugares.

Sejam ex-autarcas, ex-deputados, ex-presidentes de estruturas partidárias, ex-vereadores, ex-membros de juntas de freguesia… um sem-fim de desempregados políticos que sem a política nunca passariam da cepa torta e que vão ocupar os lugares que não cessam de abrir, decerto por “conveniências de serviço”, e que cada CA se sentirá na obrigação de “fortalecer” e vitaminar com a sua gente, até em lugares de chefias intermédias, muitos deles não percebendo patavina dos conteúdos funcionais dos cargos em que foram subitamente  providos, por obra e graça da comparsaria.

Em suma e por hoje, Ana Paula Martins que seria decerto uma excelente farmacêutica, ainda não deu provas de ser, no mínimo, uma medíocre ministra.

 

 

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Publicado em Opinião