Le cul entre deux chaises

Há ainda aqueles que aproveitam as viagens pagas e a elasticidade dos horários para estar – como numa peça de teatro a que assisti em Poitiers – com “Le cul entre deux chaises”, aqui já não o caso do português emigrado que não era francês em França nem já português na sua terra natal, mas sim, político activíssimo em Portugal e deputado europeu, talvez em part-time ou…

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  • 10:21 | Quarta-feira, 10 de Novembro de 2021
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Nenhum português mais ou menos informado ignora que o lugar de deputado europeu é uma doiradinha sinecura pela qual aspiram todos os políticos na prateleira e os restantes ou sobrantes, os bafejados pelas boas graças do partido que os indigitou para as listas que o povo sufragou.

Salários principescos e mordomias em conformidade e, pelos vistos, tempo livre para fruir das sumptuárias mercês.

De um ex-deputado europeu, cujo nome se acautela, me lembro de ouvir o desabafo: “Aproveitei o tempo livre para tirar o doutoramento.” Outros o aproveitarão para outras coisas, ler, escrever, traduzir, conhecer… sendo estas as mais honrosas subocupações.


Há ainda aqueles que aproveitam as viagens pagas e a elasticidade dos horários para estar – como numa peça de teatro a que assisti em Poitiers – com “Le cul entre deux chaises”, aqui já não o caso do português emigrado que não era francês em França nem já português na sua terra natal, mas sim, político activíssimo em Portugal e deputado europeu, talvez em part-time ou… em tele trabalho, que com estas coisas da pandemia nunca se sabe.

Não sabemos entre quais “chaises” tem Paulo Rangel “le cul”. Porém muito o admiramos por, como Santo António, ter o dom da ubiquidade e, de forma estridulosa, estar em toda a parte ao mesmo tempo.
Provavelmente, num direito que lhe assiste de lutar pelo lugar que tanto ambiciona de presidente do PSD, terá afinal metido as férias às quais, como qualquer normal trabalhador, terá o devido e inquestionável direito, e que, no vertente caso, parecem iniciar-se em meados de Setembro (na “rentrée”?), podendo ir para lá de Janeiro.

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Publicado em Opinião