Os periódicos nacionais dão notícia de um risco iminente de ruptura nos tribunais portugueses.
Falta de diverso material, inclusive de papel, coisa ridícula, tornam mais difícil a tarefa que lhes compete. Mas o pior e o mais grave, porque estrutural, é a falta de funcionários, com o registo de uma tendência recente de agudização.
Os baixos salários, os horários prolongados e o envelhecimento da classe serão o motivo para esta ferida. Acresce a tudo isto, a teimosia recorrente do governo em não abrir concursos, aqui e acolá, que poderiam suprir as carências de pessoal.
A penosa consequência de tudo isto é que, com tantos atrasos, as prescrições ganham avanço e os infractores de colarinho branco ficam a salvo, mercê de expedientes que advogados, pagos ao peso de ouro, conseguem, legalmente, engendrar, protelando processos e sentenças. Para já não falar que justiça que tarda não é justiça, ficando-se por um arremedo do que devia ser.
Enfim, tristezas de um país bonito, com muito sol, mas doentiamente apequenado.