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Justiça que tarda não é justiça

Os baixos salários, os horários prolongados e o envelhecimento da classe serão o motivo para esta ferida. Acresce a tudo isto, a teimosia recorrente do governo em não abrir concursos, aqui e acolá, que poderiam suprir as carências de pessoal.

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    • 16:17 | Terça-feira, 22 de Março de 2022
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    Os periódicos nacionais dão notícia de um risco iminente de ruptura nos tribunais portugueses.

    Falta de diverso material, inclusive de papel, coisa ridícula, tornam mais difícil a tarefa que lhes compete. Mas o pior e o mais grave, porque estrutural, é a falta de funcionários, com o registo de uma tendência recente de agudização.

    Os baixos salários, os horários prolongados e o envelhecimento da classe serão o motivo para esta ferida. Acresce a tudo isto, a teimosia recorrente do governo em não abrir concursos, aqui e acolá, que poderiam suprir as carências de pessoal.


    Continuo a ter para mim, até que me apresentem provas em contrário, provas sãs, que o relativo equilíbrio das contas públicas se está a fazer à custa do sacrifício brutal de muitos e muitos serviços públicos, absolutamente essenciais a um Estado de Direito.

    A penosa consequência de tudo isto é que, com tantos atrasos, as prescrições ganham avanço e os infractores de colarinho branco ficam a salvo, mercê de expedientes que advogados, pagos ao peso de ouro, conseguem, legalmente, engendrar, protelando processos e sentenças. Para já não falar que justiça que tarda não é justiça, ficando-se por um arremedo do que devia ser.

    Enfim, tristezas de um país bonito, com muito sol, mas doentiamente apequenado.

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    Publicado em Opinião