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Paulo Neto
O que se está a passar no seio do Partido Socialista já não tem nome nem qualificação.
A sucessão de escândalos com governantes já não vai na média de um por mês, mas de um por semana.
Passada a “semana Reis” que levou à queda do ministro Pedro Nuno Santos, que tirou com hombridade as consequências políticas da ligeireza do seu secretário de estado, da administração da TAP, do ministério das Finanças et al, veio a esperada onda de renovação governativa. Que, em boa verdade, soube a muito pouco e pelo que hoje se sabe, foi feita apressadamente e com ligeireza q.b.
Tomou posse ontem uma nova secretária de estado da Agricultura e, logo no dia seguinte, um quotidiano nacional, noticiava o que a imagem transmite, com a devida vénia reproduzida.
Nem o questionável exemplo dado pelos seus “colegas” serviu de ponderado travão à aceitação do cargo, mesmo sabendo dos “telhados de vidro” pendentes e existentes, da investigação da PJ de que estava a ser colateral alvo juntamente com seu cônjuge, ex-autarca de Vinhais, não ignorando as controversas contas que estavam em causa, o seu arresto e as eventualmente duvidosas relações de rendimentos apresentadas.
Que se passará pela cabeça destas pessoas? O deslumbramento pelo convite para um cargo ao serviço da res publica obnubilar-lhes-á de tal forma a capacidade de discernimento que se crêem de imediato a coberto da total impunidade e imunidade?
Estes sucessivos casos ensombram a vida política e o bom nome dos políticos sérios deste país. Mas, bem pior, causam brechas irreversíveis e profundas na credibilidade do PS, que aparenta não ter a capacidade de nomear alguém pelo seu mérito pessoal, mas sim, apenas pelas relações políticas mantidas dentro do círculo político restrito e fechado de um batalhão de illuminati ávidos e mantidos à porta do poder.
A oposição ao PS nem precisa de tirar as mãos dos bolsos, podendo mesmo ir passear para Monsanto, a colher flores, a assobiar para o ar e a ver a paisagem. Por demérito do partido no governo com maioria absoluta, o poder cair-lhes-á no regaço brevemente.
Costa, por seu turno, assemelha-se a Eurico, o presbítero de Carteia, só, alheado, à deriva na procela interior, carpindo suas mágoas entre fragas e ravinas, tardando em assumir-se como Cavaleiro Negro, com ímpeto e denodo, lutando pelo seu país…
(Fotos DR)
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