Há pessoas que ainda não entenderam que a História é como a família. Não se escolhe. Boa ou má é a que temos. Não a devemos esconder nem tapar nem ignorar. É o que é. Podemos não gostar dela, cortar relações, até. Podemos fazer com ela o que a avestruz faz com a cabeça, enterrá-la na areia e fazer que não existe. Embora exista. Podemos sacudir com os dedos o pó dos anos que tem. Podemos fingir. Mas não a devemos renegar, muito menos destruir os seus símbolos. Nem apagá-los com uma borracha. Nós também somos feitos de memória.
Eu não me envergonho da História de Portugal. Não me identifico com alguns dos seus períodos nem com alguns dos seus protagonistas. Tento, antes, situá-los no contexto histórico, que os influenciou, e percebê-los, sem me identificar com eles.
A ambos, se as suas excelsas virtudes democráticas me permitirem, deixo um humilde conselho de simples eleitor. Em vez desse jogo de matraquilhos que resolveram disputar, preocupem-se com prioridades.
Para começar, preocupem-se com o pão que falta na mesa de muitas casas. Mostrem a massa de que são feitos e deixem-se de bizantinices.
Isso chateia-me, pá!
(Foto DR)