Quando não se sabe para onde ir qualquer caminho é bom. Parece ser esse o slogan do IPV pelo menos em matéria de soluções sociais para os seus alunos (o mesmo poderá ser dito certamente em relação ao Piaget e Católica).
Na semana passada a instituição do ensino superior veio para as páginas da imprensa local apelando à parceria das imobiliárias na ajuda à resolução do problema de alojamento dos alunos.
Desde logo, é curiosa esta necessidade quando em Janeiro deste ano a propósito da intenção manifestada pela geringonça em aumentar o número de camas para a comunidade estudantil se lia nas noticias e cito, que o “. A taxa de ocupação costuma ser, segundo o Politécnico, elevada, estando atualmente ocupadas 280 camas”.
Na mesma ocasião também a mesma imprensa local dava nota que, e cito, “o município adquiriu edifícios na Rua do Gonçalinho, para ali ser instalada uma residência para estudantes. Desta forma, a Câmara de Viseu assinala que irá rejuvenescer uma rua que classifica como “deprimida” no Centro Histórico viseense com a ajuda do Fundo Nacional para a Reabilitação do Edificado (FNRE). A capital de distrito já conta com 320 camas, 132 quartos duplos, 50 individuais e seis adaptados para alunos com necessidades educativas especiais, estando, à data, por ocupar 40 camas. Segundo o Plano, o IPV vai também reativar a antiga residência de estudantes da Quinta da Carreira”.
Portanto, face a este cenário não se compreende a repentina preocupação dos responsáveis do IPV a não ser que nem a autarquia tenha dado início à prometida reabilitação dos edifícios para aquela finalidade ou a geringonça tenha reativado a residência de estudantes da Quinta da Carreira ou então, há charters de alunos a caminho do IPV e ninguém quer dar isso a conhecer!
Em que ficamos?
Já agora, e em acrescento do que em tempos já escrevi sobre o alojamento que é possível “” importa aqui ao IPV olhar para o que de momento oferece ao nível das suas residências. Antes de ouvirem as imobiliárias já ouviram as queixas dos alunos? Dispõem destas condições mínimas? As cozinhas têm dignidade e a higiene que merecem? Dispõem de lavandaria capaz? Etc, etc… A resposta é fácil de adivinhar face a esta preocupação do IPV (repito, que será a mesma do Piaget ou da Católica apesar do silêncio inteligente porque não é na rua que estes assuntos se tratam).
Era bom de facto que esta preocupação do IPV correspondesse a uma real necessidade. Veja-se por exemplo o caso de uma instituição congénere, o Instituto Politécnico de Bragança onde um terço dos seus 7500 alunos são estrangeiros e provêm de 70 nacionalidades. As maiores comunidades estudantis são de Cabo Verde e do Brasil, mas aqui também estudam turcomanos e canadianos, etíopes e sul-coreanos, sauditas, colombianos, cazaques, argelinos, peruanos, guatemaltecos. Ao que julgo saber os números dos alunos estrangeiros do IPV não chegam a 1/10 dos mais de 2000 alunos do IPB e ainda assim oferecem um problema enquanto os milhares em Bragança se oferecem como uma oportunidade para a cidade.
A questão dos senhorios, do aluguer ou mesmo a especulação imobiliária que certamente existirá também poderá com um bom programa e através de um relacionamento e trabalho estreito com as autoridades que intervêm neste sector e claro, com a colaboração desejável das imobiliárias como parceiro, podem ser ultrapassadas até porque de acordo com os dados do sector Viseu até tem felizmente fugido ao panorama nacional. Em termos de preços, Lisboa mantém-se a cidade mais cara para alojamento de estudantes, com uma renda média por quarto de 323 euros no portal Idealista, de 485 euros na plataforma Uniplaces e 498 euros no Imovirtual e Viseu surge abaixo destes valores mantendo a tendência destes últimos anos. As soluções para o que agora existe como necessidade e até mesmo como previsão para a procura futura do curto prazo já existe na cidade e com um bom nível de profissionalismo como é o caso de passe a publicidade da , por exemplo, que oferece como é possível constatar “quartos com personalidade” e a bom preço a par de um serviço de acompanhamento constante do aluno.
A cidade precisa de um ensino superior dinâmico, a crescer em número de alunos, a aumentar ano a ano em grau de docentes, a registar diariamente um alto nível de qualidade e onde a publicidade “boca a ouvido” seja a melhor forma de o promover. No dia em que isso acontecer o problema do alojamento talvez seja uma dificuldade séria de resolver… até lá é só coisa de ficar bem num jornal local.