Vivemos tempos estranhos.
É estranho que as mais variadas questões são tratadas pela métrica de uma mundividência que usa critérios estritos e redutores.
Nada que se não encaixe nos cânones destas doutrinas é poupado.
Que interessa que os valores que a sociedade teve há dez, cem ou mil anos fossem diferentes?
Nada.
Tudo deve ser apreciado e valorado como estes “senhores dos costumes” determinam.
Curiosamente encontramo-los amiúde e, ultimamente, perante as mais diversas situações.
Creio que se está a desperdiçar muita energia com estas questões e que bem poderiam ser dirigidas a outras.
Poder-se-ia discutir:
O combate às, cada vez maiores, desigualdades sociais;
O combate à pobreza que se agrava e que a pandemia ainda vai agravar mais;
O desenvolvimento do Interior e consequente combate ao seu abandono;
A injustiça relativa às crianças e jovens que estão sem aulas e a forma de lhe pôr fim.
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PS – Grassa por aí a ideia de que Portugal devia seguir o e exemplo de Itália e constituir-se um “governo de unidade nacional”.
Se alguma vez tal vier a acontecer tal só poderá resultar de uma solução saída da Assembleia da República e não de qualquer outra entidade.
Não consigo descortinar as certezas das virtudes da solução Draghi.
Sinceramente espero o melhor para a Itália, mas estas são manifestamente precipitadas.
Primeiro pelo “cadastro” de crises que a Itália tem.
Depois porque o “cimento” desta solução são os euros da bazuca.