Nesta quarta-feira soalheira, indo eu, a caminho de Viseu, a passo de caracol, sofrendo como Lázaro, com o fastidioso pára-arranca da desditosa estrada 229, que os sucessivos governos teimosamente insistem em não resolver, talvez reflexo da nula valia que os políticos distritais têm junto das cristalizadas nomenclaturas partidárias lisboetas, e agora, ao que parece, só avançará se as autarquias beneficiadas se chegarem à frente, surpreendi-me com uma fila esticada, que se alinhava, junto ao passeio, às ordens da autuante autoridade.
Talvez diminuísse a fuga aos impostos e baixasse a economia paralela, cujos valores, ao que dizem, igualam os do défice. Coisa de pouca monta, pelos vistos. Estes números monstruosos, somados à tendência para a corrupção que grassa por aí, seriam justificações mais do que suficientes para se estreitar a malha e se reforçar o controlo.
Sem negligenciar o peixe graúdo, os tubarões, que preferem circuitos mais sofisticados, restaurantes requintados e passadeiras vermelhas, não se dando à parolice de fazer circular pelas estradas o produto com que engordam o seu património.
Apanhar petinga e enguia magra não é prova de bravura, mas sinal de critério. Da fraca gente, que, repenicada nos veludos assentos, nos (des)manda.