Gosto de pedalar numa bicicleta estática (facilita o equilíbrio!), ao som de, em regra, boa música, com um (a) instrutor (a) e integrado num grupo de mulheres e homens, de todas as idades, com maior ou menor capacidade física.
O Schwinn Cycling é uma modalidade inclusiva, que permite a cada pessoa ajustar o treino aos seus objetivos, e potenciadora do convívio intergeracional e saudável antes, durante e depois de cada aula.
Na última visita ao ForLife, o Paulo Fernandes, instrutor e amigo, sugeriu o visionamento do recente documentário da Netflix: “Lewis Capaldi: How I´m Feeling Now”. Segui a sugestão, essencialmente, porque o documentário, além de retratar o sucesso global do jovem artista, dá a conhecer o seu “outro lado”, as dificuldades, associadas à doença mental, que o jovem sente ao enfrentar a síndrome de Tourette.
Se ainda não teve oportunidade de ver, recomendo que o faça. O documentário tem a virtude de mostrar os dois mundos do jovem artista, a vida pública e, até certo ponto, a sua intimidade. O sucesso profissional nem sempre se reflete em bem-estar, qualidade de vida e felicidade. Além de dar muito trabalho, atingir o topo, pode significar muitos sacrifícios pessoais com perdas irreversíveis. O compositor e cantor escocês relata-nos a sua constante ansiedade, ataques de pânico e tiques que começaram a dominar a sua vida, à medida que a popularidade cresceu. O apoio incondicional dos pais e dos amigos são fundamentais para debelar as barreiras emocionais e físicas que a doença lhe coloca. O documentário tem a particularidade de trazer à tona a doença mental, um assunto invisível, submerso e estigmatizante.
Segundo os especialistas os números são exponenciais, sendo comuns os ataques de ansiedade e pânico. Segundo o relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) “Health at a Glance: Europe 2022: State of Health in the EU Cycle” (2022), os jovens têm mais sintomas de depressão do que a população adulta, a proporção de jovens com sintomas de depressão passou a ser pelo menos 50% maior do que a generalidade da população e, em certos países, o dobro.
No estudo que a Direção-Geral da Saúde realizou, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde: um em cada quatro jovens admite que se magoou no último ano de forma propositada, para lidar com a infelicidade; os adolescentes fazem mais sexo desprotegido; sentem-se mais ansiosos e nervosos e recorrem mais à medicação.
De 2018 para 2022, a percentagem de adolescentes portugueses que se considera infeliz aumentou de 18,3% para 27,7%. Um dado em linha com a queda de Portugal no ranking que classifica a felicidade global (Relatório da Felicidade Mundial, 2023), Portugal cai do 34º lugar (em 2019) para a 56.º posição no ranking com 137 países.
HOW I’M FEELING NOW?