Maio de 2022, Sara Guerreiro sai de sE da Igualdade e Migrações.
Agosto, Marta Temido sai de Ministra da Saúde. Com ela saem Fátima Fonseca, sE da Saúde e António Lacerda Sales, sE Adjunto e da Saúde.
Novembro, João Neves sai de sE da Economia e Rita Marques sai de sE Turismo
Novembro, Miguel Alves sai das funções de sE Adjunto do Primeiro-Ministro.
Dezembro, Alexandra Reis sai de sE do Tesouro.
Que é isto senão uma pesada hecatombe?
Lembramos que o XXIIIº Governo Constitucional, com maioria absoluta, tomou posse em Março de 2022 e contabiliza já oito saídas, quase tantas como os meses em exercício.
Uns exonerados a seu pedido (Sara Guerreiro e Marta Temido). Outros por saída da ministra (Fátima Fonseca e Lacerda Sales). Outros por imposição da tutela (João Neves e Rita Marques). Dois por força dos escândalos em que se envolveram (Miguel Alves e Alexandra Reis).
Há leituras a fazer? Decerto que sim, pelo menos três.
A primeira prende-se com a exigida falta de escrutínio na nomeação de certos nomes com telhados de vidro insustentáveis.
A segunda tem a ver com a falta de competência política (que não significa incompetência funcional) no decurso do exercício de funções.
A terceira relaciona-se com a aparente descoordenação de um primeiro-ministro “assessorado” e mal adjuvado por discutíveis “gaffeurs” e inábeis titulares de pastas relevantes, como por exemplo Ana Catarina Mendes, Ana Abrunhosa, António Costa Silva, Fernando Medina, João Costa, Pedro Nuno Santos …
A este ritmo, António Costa em breve e perante a queda crescente de popularidade, ver-se-á a braços com a imperiosidade de uma remodelação governamental.
Ademais, é chegado o tempo deste governo impor uma imagem de competência, de coerência e de coesão.
Com a inflação e a obscena especulação em alta, perda brutal de poder de compra, sindicatos em pé de guerra, médicos e enfermeiros em contestação, professores em luta… o cenário global nacional não está pacificado, exigindo também por isso melhor comunicação, negociação, resposta aos possíveis desideratos e coerência decisória.
E já agora, sem mais vergonhosos escândalos tão desnecessários quanto acessórios…
(Foto DR)