Governabilidade

O milhão e oitocentos mil votos da AD não são uma "golden share" que os tornem mais valiosos que os cerca de três milhões e oitocentos mil votos dos restantes partidos com representação parlamentar. 

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  • 22:32 | Segunda-feira, 11 de Março de 2024
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Sim o Chega tem voto decisivo no cenário saído das eleições.

O PSD teve uma vitória que lhe pôs no colo governar o país.

O PS perdeu e foi-lhe entregue a obrigação de ser oposição.


Os programas apresentados eram bem diferentes e distintos e, claramente, não são “fundíveis”.

Uma coisa é certa, nem o PS nem o Chega têm obrigação de ser suporte do governo nem de condicionar a sua ação aos interesses e políticas do/s partido/s que o formará.

Essa obrigação só poderá advir de um de dois instrumentos, acordo de governo ou acordo de incidência governativa (sendo que o Chega já mostrou disponibilidade para uma destas soluções).

A teoria da responsabilidade de que lhes cabe garantir a estabilidade e a  governabilidade é uma falácia.

Nenhum dos projetos políticos colocados a votos teve votos suficientes que garantam a sua aplicação sem mais.

O milhão e oitocentos mil votos da AD não são uma “golden share” que os tornem mais valiosos que os cerca de três milhões e oitocentos mil votos dos restantes partidos com representação parlamentar.

A mensagem do Povo foi que um partido/coligação ganhou por pouco mas ganhou.

Cabe-lhe pois governar e encontrar  forma/s de o garantir.

Não recebeu a garantia de poder aplicar, sem mais, as suas opções politicas.

Os outros partidos têm compromissos com o seu eleitorado equivalentes aos que a AD tem com seu eleitorado.

Sempre que não exista coincidência  entre tais compromissos e não seja encontrada uma posição comum o normal é que haja votações contra o proposto.

Quem governa tem que garantir e encontrar soluções que não determinem ou levem à queda do governo.

Isso é que é garantir a governabilidade.

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