Sim o Chega tem voto decisivo no cenário saído das eleições.
O PSD teve uma vitória que lhe pôs no colo governar o país.
O PS perdeu e foi-lhe entregue a obrigação de ser oposição.
Os programas apresentados eram bem diferentes e distintos e, claramente, não são “fundíveis”.
Essa obrigação só poderá advir de um de dois instrumentos, acordo de governo ou acordo de incidência governativa (sendo que o Chega já mostrou disponibilidade para uma destas soluções).
A teoria da responsabilidade de que lhes cabe garantir a estabilidade e a governabilidade é uma falácia.
Nenhum dos projetos políticos colocados a votos teve votos suficientes que garantam a sua aplicação sem mais.
O milhão e oitocentos mil votos da AD não são uma “golden share” que os tornem mais valiosos que os cerca de três milhões e oitocentos mil votos dos restantes partidos com representação parlamentar.
A mensagem do Povo foi que um partido/coligação ganhou por pouco mas ganhou.
Cabe-lhe pois governar e encontrar forma/s de o garantir.
Os outros partidos têm compromissos com o seu eleitorado equivalentes aos que a AD tem com seu eleitorado.
Sempre que não exista coincidência entre tais compromissos e não seja encontrada uma posição comum o normal é que haja votações contra o proposto.
Isso é que é garantir a governabilidade.