Confesso que sou um analfabeto em “alta política”. E, aqui, o adjectivo “alta” não se refere a tamanho, ou dimensão, mas sim, paradoxalmente, a certa política bufarinheira, de circunstância, oportunista e hipócrita.
Todos bem recordamos – pelo menos aqueles que não têm memória curta – os ataques feitos pelos deputados Pedro Alves e Fernando Ruas ao deputado e candidato à autarquia viseense João Azevedo, quando há meses anunciou a obra do Centro Oncológico do CHTV.
Aqui d’el-rei… é mentira, é falso, uma manobra política, um embuste, é para enganar os eleitores, o CO nunca virá, a ministra não sabe de nada, etc., etc., etc.
Os mimos jorraram como água da fonte invernia e serviram para desacreditar a candidatura de João Azevedo, para lhe colar o rótulo de “troca-tintas” e para gáudio dos apaniguados.
Qual não é o nosso espanto quando, agora, o mesmo Fernando Ruas, em reunião da CIM Viseu Dão Lafões a que preside, vem admitir a abertura do aviso de concurso para a obra em causa.
Palavras para quê? Aquelas que Alves e Ruas proferiram por todo o lado fazem agora o efeito de boomerang e caem-lhes em cima com fragor. Só fragor, pois não aleijam quem as profere, talvez pela capacidade coriácea da pele ou pela destreza em se desviarem do impacto.
Com estas e com outras, construiu-se uma campanha eleitoral com eixo na detracção para desacreditar as verdades do opositor.
Hoje, perante os factos, dou razão ao Compadre Zacarias ao afirmar de boca cheia que “na política vale tudo e até a mentira, de perna curta, lá tem ancho cabimento…”
Viseu merecia melhor.
(Foto Capa Diário de Viseu, DR)
(DR também para o vídeo apresentado, que não é de nossa autoria)