Fernando Ruas, das rotundas ao carrossel

E assim, como um carrossel disfuncional, com desvios inviáveis que nos mandam para o ponto de partida, Fernando Ruas põe-nos a andar às voltas sem fim, arrombando-nos a carteira, fazendo-nos perder tempo e pondo-nos à beira de um ataque de nervos.

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  • 17:38 | Sexta-feira, 06 de Setembro de 2024
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Toda gente sabe que Fernando Ruas, presidente da CM de Viseu há quase três décadas, passará à História da formosa urbe pelas dezenas de funcionais rotundas que mandou implantar por todo o lado, de 300 em 300 metros, ou menos.

E que bem úteis elas são, façamos-lhe a devida justiça!

Agora, arrisca-se a ser também recordado pelo Carrossel de rosca moída em que durante os meses de Agosto e Setembro transformou a outrora acolhedora “princesa da Beira”.


Com aparentemente pouco assisada planificação e desconhecido nexo temporal para munícipes e utentes, conseguiu a hercúlea façanha de entupir, dia após dia, toda a sede do concelho, no seu afã de “botar” pez sobre piche, no período do ano com mais movimento, até pelo decorrer da Feira que já foi Franca, emigrantes e forasteiros que acorrem, fazendo desesperar todos quantos, por motivos vários de lazer ou labor têm de circular nesta cidade, que já teve falhada pretensão de “smart city”, com reduzida mobilidade e insuficientes transportes urbanos e periurbanos.

E assim,  como um carrossel disfuncional, com desvios inviáveis que nos mandam para o ponto de partida, Fernando Ruas põe-nos a andar às voltas sem fim, arrombando-nos a carteira, fazendo-nos perder tempo e pondo-nos à beira de um ataque de nervos.

Evidentemente, coibições às quais estará parcialmente alheio, no acolhedor gabinete de mandante, entre merecidos chás e salamaleques dos seus atentíssimos e serviçais acólitos.

O progresso tem destas coisas, há pois que “gramar a bucha” e cara alegre, prescientes de que os milhões de empréstimo vão futuramente fazer de tanto alcatrão uma negra e suave pista de circulação rodoviária, na qual o trânsito fluirá sem estremeções nem sacolejos, sem atropelamentos nem constrangimentos.

É esta a imagem que hoje emerge de um executivo parco de ideias, gasto de acção, sem quase nada de substantivo para mostrar que não rematar as obras do anterior autarca, cingindo-se a pouco mais do que proporcionar merendas aos idosos, já não na distante quinta minhota da Malafaia, mas agora na quinta da Cruz, em Vildemoinhos, onde 2.000 seniores vão ter uma louvável e efémera jornada de festa, mais que merecido, quase como se fora um lembrete para nas próximas eleições votarem em quem faz de um curtinho dia de “farrancho” a política social e cultural de todo o ano, uma espécie de bónus para aquela geração do nosso Concelho que deveria merecer muito mais do que este estafado e paternalista folclore.

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Publicado em Opinião