A Alzheimer Europe publicou o “European Dementia Monitor: Comparing and benchmarking national dementia strategies and policies” com o objetivo de fornecer uma referência relativamente às políticas nacionais para a demência, de modo a comparar e avaliar as respostas dos países europeus aos desafios da demência. O relatório identifica e avalia os países que têm as políticas mais inclusivas e que garantem o melhor apoio e tratamento às pessoas com demência e aos seus cuidadores.
Os cinco países com melhores respostas aos desafios das demências são a Holanda, a Escócia, a República Checa, a Alemanha e a Suécia. Em regra, os países que efetivaram estratégias nacionais para a demência obtiveram melhores resultados do que aqueles que ainda não o fizeram. Embora vários países tenham conseguido melhorar a situação das pessoas com demência e dos seus cuidadores, o progresso não foi o mesmo em todas as regiões europeias. Ainda existe uma clara divisão na Europa, com a maioria dos países da Europa Ocidental e do Norte a pontuarem significativamente melhor do que os países da Europa de Leste.
Ao analisarmos os dados do relatório, verificamos que Portugal se encontra posicionado na 20.ª posição no conjunto dos 38 países, obtendo um score de 51,3%. É fundamental que o futuro Governo reconheça a demência como uma prioridade nacional de saúde pública e de investigação, efetive a estratégia nacional para a demência, aprovada em 2018, e assuma, como objetivo de médio prazo, a adoção e a implementação de um Plano Nacional para as Demências, um objetivo que defendo, desde 2017, como resposta integral, transversal e intersectorial.
Em 2024, realizar-se-ão eleições legislativas e europeias, dois momentos fundamentais para a vida das portuguesas e dos portugueses. Este relatório poderá ser uma ferramenta útil ao futuro Governo de Portugal. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para sensibilizar os partidos políticos para a urgência que as demências representam, em função da sua incidência e prevalência, em Portugal e no mundo. É um momento de renovação da esperança para a melhoria da vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores.
Fica também o desafio para que leia, assine e partilhe a petição “24 de abril como Dia Internacional do Cuidado sem Contenções Mecânicas ou Farmacológicas”. Em Portugal existe um uso excessivo e inadequado de contenções, tanto físicas (exemplos: amarrar pessoas na cama ou no cadeirão) como farmacológicas (sobremedicação) em pessoas idosas dependentes e, sobretudo, em pessoas que vivem com a doença de Alzheimer e outras demências. As pessoas submetidas a estas contenções confrontam-se com a acelerada perda de autonomia, dignidade e autoestima.
Link para a petição: https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT118929