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Manuel João Dias
Ontem foi um dia estranho!
O Sporting, quase quatro lustros depois, sagrou-se campeão de Portugal.
Os adeptos festejaram (o que é normal), mas cometeram excessos pouco compreensíveis (o que também parece normal)
Já a ideia de autorizar o que se passou em Lisboa (no resto do país não foi ou não é visível) “não lembrava ao careca”.
Desde o ecrã gigante junto ao Estádio, à música ali passada, até ao desfile até ao Marquês nada é normal.
Quem permitiu isto não não anteviu, nem um bocadinho o escândalo que as televisões transmitiram horas a fio.
Que diabo, estamos em estado de calamidade!
Quem é que imaginou que as regras de etiqueta sanitária não seriam espezinhadas?
Depois, ninguém se lembrou que os arruaceiros que orbitam os clubes estavam desejosos de mostrar toda a sua incivilidade?
Já o dia ia longo quando se anunciou que às zero horas de hoje cessava a cerca sanitária às duas freguesias de Odemira.
Duas perplexidades:
Uma, o Governo tinha anunciado que as medidas relativas ao estado de calamidade valiam por períodos semanais. Que razão levou a um Conselho de Ministros extraordinário para alterar esta regra? Daqui em diante sempre que, a meio de um período, se alterem os pressupostos vai haver um Conselho de Ministros?
Outra, foi o Presidente da República que anunciou este levantamento. Será que o Senhor Presidente não sabe confinar-se às suas funções?
Estranho, muito estranho este País…
(Foto DR)
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