Esta frase é de António Saraiva líder da CIP e traduz a situação que vivemos. Poderá ser complementada pela que diz “ninguém está preparado para o impacto do Covid 19”, que há dias se podia ouvir na rádio Observador.
Dito isto, é patético ouvir os comentadores e especialistas que pululam nos diversos órgãos de comunicação social.
Tanto dizem que é uma situação nova e imprevisível, como que há absoluta impreparacão e que não se acautelaram as necessidades e exigências desta situação.
Parece que é bastante consensual a ideia de que a gestão política e as medidas de restrição têm sido corretas e atempadas. O apoio às empresas e famílias/pessoas tem sido bem definido (salvo um ou outro ponto) e será naturalmente sempre considerado insuficiente.
As críticas chovem quanto às faltas de equipamentos de proteção individual (para os diversos profissionais que dele necessitam), de ventiladores, de camas, de testes e de planos de contingência.
Em boa verdade estas críticas não são tão justas como as querem apresentar.
Os stocks e reservas estratégicas estavam talhados para situações que nada tinham a ver com a que vivemos e, obviamente, eram menos exigentes.
Só quem ignora em absoluto o que é gerir um orçamento é que pode achar exigível a constituição de provisões que (na normalidade) seriam consideradas gestão danosa.
Querer fazer crer que há inépcia das autoridades será tão estúpido como dizer-se que cada cidadão devia ter as reservas, incluindo monetárias, para enfrentar o isolamento e a baixa ou perda de rendimentos que a crise trouxe.
Quanto aos planos de contingência é, a meu ver, natural que não previssem esta situação.
Ela apanhou de surpresa todos, mas todos os países onde já chegou e neles todas as instituições.
Não esqueço, contudo que em alguns casos o tempo de reação podia ser menor e que alguns responsáveis deviam antes ter pensado no que podiam fazer em vez de pôr as culpas na ventoinha…