Especialização Inteligente: um desafio para Portugal
Em Abril de 2012 participei num workshop sobre “Smart Specialization” em Lisboa, onde apresentei o esboço de uma Estratégia para o Centro de Portugal que tinha por base a capacidade instalada na região e a necessidade de se diferenciar para ser competitiva, ser capaz de atrair pessoas, ideias de negócio, empresas, funcionando como um verdadeiro […]
Em Abril de 2012 participei num workshop sobre “Smart Specialization” em Lisboa, onde apresentei o esboço de uma Estratégia para o Centro de Portugal que tinha por base a capacidade instalada na região e a necessidade de se diferenciar para ser competitiva, ser capaz de atrair pessoas, ideias de negócio, empresas, funcionando como um verdadeiro ninho de atividade.
A ideia, que se desenvolvia segundo vários vetores de ação, tinha também como objetivo potenciar o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) na região, procurando criar uma Rede Regional de Suporte ao Investidor. O objetivo final era o de dar corpo a uma estratégia de região, necessariamente visível, que se preparava para o investimento, que tinha identificado os seus pontos fortes e fracos, que era capaz de suportar aquele investimento competitivo que tira partido dos seus recursos humanos, da qualidade do seu território, das condições operacionais que foi capaz de desenvolver, mas também que foi capaz de sistematizar a informação relevante e de se preparar para atrair, receber e acompanhar esse mesmo investimento.
Uma estratégia que envolvia o AICEP e procurava criar pontes com outras regiões de Portugal, e também transfronteiriças.
Vejam abaixo o teaser desse projeto, que denominei “Invest Centro“:
As Regiões de Portugal têm merecido importantes investimentos em termos de infraestruturas e equipamentos de apoio à atividade económica, nomeadamente áreas de localização empresarial, incubadoras e parques de ciência e tecnologia. Mal ou bem, estes investimentos foram as escolhas de cada região no sentido de reforçar a sua capacidade de transferir conhecimento e tecnologia para a economia. Aquelas infraestruturas e equipamentos são, portanto, ou deveriam ser, o resultado de uma estratégia regional multipolar que valoriza o conjunto da Região e promove o trabalho em rede e a articulação territorial e setorial. São, ou deveriam ser, um mapeamento eficiente relativamente às capacidades de I&D e de formação de recursos humanos altamente qualificados, bem como das efetivas condições, em termos de qualidade de vida, para o acolhimento de quem pretende trabalhar ou residir no seu território.
Defendo que o novo quadro comunitário deve prestar muita atenção a este tipo de posicionamento, desafiando as várias regiões a prepararem-se com uma estratégia de médio e longo prazo que tenho objetivos bem definidos, e envolva toda a região de forma integrada e comprometida.
Consequentemente, deixo aqui os slides dessa apresentação que fiz e que resumem o racional e respetivos objetivos estratégicos (a imagem do 1º slide é a “Porta do Sol” da muita bonita vila de Figueira de Castelo Rodrigo, um local de que gosto muito).
Link: .
É importante ser muito seletivo na forma como vamos aplicar os próximos fundos comunitários, assim como prestar atenção aos projetos, e responsabilizar e avaliar de forma permanente, tendo em conta as várias fases de todo o processo: objetivos, investimento, manutenção e exploração. Escrevi detalhadamente sobre isso num outro artigo que pode .
O foco numa estratégia de médio e longo prazo que tenha nos resultados, compreendidos como criação de emprego, geração de mais valias económicas, culturais e sociais, bem como as condições para tirar partido e valor das potencialidades da região e das sinergias que for capaz de desenvolver, sozinha ou preferencialmente em parceria, é essencial para o próximo quadro comunitário. É essencial porque estou convencido, sem margem para dúvidas, que não teremos outra oportunidade, assim como já não existe, e ainda bem, margem para erro.
J. Norberto Pires