Há cobras que mudam de pele várias vezes ao ano e, sempre que tal sucede, acrescentam um novo anel no chocalho ou guizo. Alimentam-se de pequenos roedores.
As eleições legislativas trouxeram surpresas no círculo da Europa e fora da Europa.
Os emigrantes portugueses, aqueles que votaram e no cômputo geral apurado deram vitória a um partido de extrema direita análogo, nos seus princípios e xenofobia àqueles partidos que gritam “immigrants dehors” ou “stop immigration” ou “einwanderung stoppen”, devem rejubilar com o resultado do CH.
Assim foi no Luxemburgo onde residem oficialmente 93.678 portugueses, ou seja quase 15% da população do grão-ducado.
Assim foi na Suíça onde estão referenciados 260.462 portugueses.
Assim foi no Brasil onde os mais recentes dados contabilizam 169.489 portugueses.
No Luxemburgo o Movimento Nacional, National Bewegung ou NB, na Suíça o PNS (Parti Nationaliste Suisse) e o Movimento Resistência Helvética, na França o FN, Front National de Marie Le Pen, apostam parte das suas “fichas” na xenofobia.
No Brasil, os emigrados de Portugal, representam maioritariamente uma população conservadora identificada com a extrema-direita bolsonarista.
São estas comunidades aquelas que mais votaram no partido da extrema-direita portuguesa, Chega, também ele com uma notória matriz xenófoba.
Porque será que a presa se identifica com o caçador? Boa pergunta. Oxalá aqueles emigrantes que apoiam a extrema direita não venham a ser vítimas da sua ingenuidade…