Em Viseu, respeito pelos eleitores ou mero folclore eleitoral?

Nas autárquicas de Setembro próximo, em Viseu, aparecem pela primeira vez o Chega e a IL. Valerão os mesmos votos das presidenciais? A ser assim teríamos aproximadamente 6.000 votos “novos”. De onde virão eles? Provavelmente não sairão do BE, do PCP-PEV, do PS. Virão dos votantes habituais do PSD? Do CDS? Do PAN? Dos indecisos? Da abstenção? Questões sem resposta para já, neste panorama de novidade.

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  • 11:50 | Quinta-feira, 19 de Agosto de 2021
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As eleições presidenciais do início deste ano, como é sabido, deram a vitória a Marcelo Rebelo de Sousa com 60,70% de votos. Seguiram-se-lhe Ana Gomes com 12,97%, André Ventura do com 11,90%, João Ferreira com 4,32%, Marisa Matias com 3,95%, Tiago Mayan Gonçalves com 3,22% e Vitorino Silva com 2,94%.

No concelho de Viseu MRS obteve 22.400 votos, André Ventura 5.100, Ana Gomes 4.648, Marisa Matias 1.288, Mayan Gonçalves 926 e João Ferreira 781.

Nas autárquicas de Setembro próximo, em Viseu, aparecem pela primeira vez o Chega e a IL. Valerão os mesmos votos das presidenciais? A ser assim teríamos aproximadamente 6.000 votos “novos”. De onde virão eles? Provavelmente não sairão do BE, da CDU, do PS. Virão dos votantes habituais do PSD? Do CDS? Do PAN? Dos indecisos? Da abstenção? Questões sem resposta para já, neste panorama de novidade.


As circunstâncias profilácticas e sanitárias da pandemia impuseram uma campanha eleitoral regida por novos ditames e constrangimentos, obrigando os candidatos a estratégias de comunicação distintas. Que público alcançarão com elas?

O debate televisivo de 31 de Agosto, transmitido pela RTP3 irá dará aos candidatos a oportunidade de confrontarem ideias. Os 50 minutos, se moderados com eficácia e rigor, darão menos de 7 minutos para cada um provar o que vale. O que obriga a um poder de síntese milimétrico na apresentação das propostas reais, exequíveis, concretas para Viseu e para os viseenses, deixando pouco espaço à demagogia, à maledicência e ao ataque pessoal, isto, claro, se algum dos candidatos quiser optar por dar ao ressabiamento foros de programa de acção.

Em jeito de arqueologia deixam-se os resultados de 2013 e 2017.

Em 2013 de 96.168 votantes inscritos votaram 46.151. Ou seja, 47,99%.

Apresentaram-se 5 partidos. O resultado foi 21.402 para o PSD, 12.386 para o PS, 4.414 para o CDS, 1.857 para o PCP-PEV, 1.752 para o BE.

Foram contabilizados 2.501 votos brancos e 1.839 nulos, dando o resultado, respectivamente, de 5, 3 e 1 vereadores eleitos.

Em 2017 o cenário já difere com a apresentação de mais um partido, o PAN.

O PSD sobe e obtém 24.786 votos elegendo 6 vereadores.

O PS sobe também e obtém 12.676 votos elegendo 3 vereadores.

O CDS tem 2.442.

O BE tem 2.293.

O PCP-PEV tem 1.846.

O PAN tem 1.043.

Há 47.907 votantes e uma abstenção de quase 51%. Os votantes inscritos aumentaram de 46.151 para 47.907.

 

Em 2021 aparecem mais dois partidos, o Chega e a IL, ou seja, teremos 6 partidos a concorrer, além do PSD e do PS, tradicionalmente mais votados, o que poderá, conjecturalmente, andar entre os 10 e os 12 mil votos alcançados por estes 6 partidos, ficando 32 mil votos para repartir entre o PSD e o PS.

Contemos entre brancos e nulos com 3 a 4 mil votos. Ou também aqui o número baixará?

Num cenário possível, o PSD com 16 mil votos elegerá 4 vereadores, com 20 mil elegerá 5 vereadores. Idem com o PS.

Se o PSD eleger 4 vereadores e o PS outros 4, haverá um outro vereador eleito fora deste dual bloco, podendo ser eventualmente do Chega.

Ou então teremos 5 vereadores eleitos do PSD contra 4 do PS, caso o PSD se situe nos 20 mil, sendo esta a fasquia mínima para uma maioria possível.

O PS tem que tirar votos ao PSD e ir à abstenção para aumentar 8.000 votos e poder ser vitorioso. O que exige muito empenhamento e fortíssima dinâmica. O PSD, na sua posição de tradicional vencedor, mais confortável se sentirá. Será?

 

 

 

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