Em Viseu, pode estar a abusar-se da sorte

Em Viseu, terminou o Cubo Mágico e fazem-se juras a pés juntos e de mãos erguidas ao céu de que não houve casos de Covid-19, provocados pelo evento.

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  • 16:10 | Quinta-feira, 24 de Setembro de 2020
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Madrid obriga ao confinamento de 850 mil pessoas. Este confinamento seletivo, decretado pelo Ayuntamento, atinge sobretudo os bairros mais pobres.

A Bélgica exige que quem viaje de Portugal das zonas Centro e da região de Lisboa faça 15 dias de quarentena obrigatória.

Em França, volta a assistir-se ao aumento diário do número de casos de Covid-19, o mesmo acontecendo na Polónia.


Em Portugal, o governo decretou a continuidade do estado de contingência, onde não são permitidos ajuntamentos superiores a 10 pessoas.

Em Viseu, terminou o Cubo Mágico e fazem-se juras a pés juntos e de mãos erguidas ao céu de que não houve casos de Covid-19, provocados pelo evento.

Concordei com as razões do evento, essencialmente porque permitiu que uns quantos feirantes e comerciantes pudessem ganhar algum depois de três meses de paralisação forçada.

Há notícias de casos recentes na ASSOPS, associação de solidariedade de Silgueiros, no Centro de Formação, em Coimbrões, e na creche em Vila Chã de Sá.

Mesmo assim, a Câmara de Viseu continua a querer jogar à roleta russa com o Covid-19. Convém não abusar, porque a sorte também se pode cansar de querer proteger os “audazes”.

Insistir em avançar mais 10 dias de festa, durante o mês de Outubro, com a organização do evento Outono Quente, pode trazer, no futuro, alguns dissabores para a saúde pública, que seriam perfeitamente evitáveis, ou será que iremos assistir a mais um sensato “desculpa querida, mas não vai dar”, de última hora.

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Publicado em Opinião