Hoje, domingo, pelas 10H00 num centro comercial de Viseu… entro numa tabacaria a comprar jornais e revistas. Como habitualmente, fiz o pagamento com o cartão da CGD. Normal.
De seguida entro numa loja de roupa de criança onde já não me foi permitido fazer o pagamento com a “conversa” do terminal “não autorizado”. Sabendo do dinheiro que lá tenho depositado, em conta à ordem, pedi à funcionária para insistir com teimoso e repetido resultado. Felizmente ainda tinha dinheiro comigo suficiente para liquidar o montante em causa.
Fui de seguida à Bertrand para levantar um livro encomendado. A cena repete-se. “Pagamento não autorizado”. Felizmente e por acaso tinha comigo um cartão de um outro banco, que raramente utilizo, e que funcionou perfeitamente.
Dirigi-me a uma caixa multibanco dentro do centro comercial. Tentei levantar uma irrisória quantia. Mensagem: “montante ultrapassado”, ou qualquer coisa deste género.
Dirigi-me à agência CGD da Quinta do Galo. Aí, a fila dos “desesperados/lesados” já era grande. Máquinas disfuncionais, que nem cavaco dão, outra que lá acedeu a funcionar, mas vinda com a mesma despudorada lengalenga.
Uma senhora, reformada, queixava-se amargamente. Uma jovem referia ter tido problemas depois de atestar o veículo, numa bomba de combustíveis. Uma comerciante sentia-se prejudicada.
Claro está que é domingo e está tudo fechado. Claro está que na 2ª feira, se decidir perder umas horas da manhã para tirar dúvidas ao balcão de uma agência, lhe dirão com ar consternado de quem já ouviu dezenas de queixas: “A culpa não é nossa. É do sistema.”
O sistema sempre teve costas largas e serve para todas as circunstâncias e desculpas. É evidente que apetecia responder – se fosse pouco educado, ou educado em consonância com a lesiva ocorrência – “PQP o sistema!”
Já no decurso desta semana, ao fim do dia, uma senhora professora, num multibanco da Quinta do Bosque, se queixava publicamente deste abusivo desconcerto, ao qual pouco liguei, porque no meu caso funcionou.
A CGD, o banco público, está sob administração de um tal Senhor Macedo, fulano caprichado e empenhado em dar lucros aos acionistas, mesmo se em detrimento dos clientes, com taxas e taxinhas, cada vez mais penalizados por serem isso mesmo: clientes da CGD.
O senhor Macedo já in illo tempore tinha feito um brilharete como director-geral dos Impostos.
Voltou a “brilhar” quando foi feito ministro da Saúde, de tal modo que até houve quem o baptizasse de “coveiro da Saúde”.
Na CGD, de ano para ano, acumula lucros para gáudio dos accionistas, entre os quais se conta o Estado português.
O homem parece ser um santo milagreiro. Ou melhor, quase o seria, se não fosse o tal “sistema” que não funciona ou funciona tão recorrentemente mal, como as disfuncionais máquinas com deficiente manutenção nas agências da CGD…
Assim é fácil ter lucros grandiosos, munificentes, fabulosos, senhor Macedo… mesmo se eles têm que ser gerados com eventual incúria, negligência e desrespeito por quem confia no banco público.
A partir de agora, ciente de que a qualquer momento a cena se pode repetir, aconselho o leitor a prevenir-se com dinheiro vivo ou com outro qualquer cartão de débito, para evitar ter nocivos problemas se… o maldito “sistema” avariar.
(Foto DR)