Do PPR

Mas, se nem no que é dado, somos expeditos e competentes a aprovar e a gastar, está tudo dito. Com ou sem maioria absoluta, não saímos da cepa torta.

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  • 11:40 | Terça-feira, 30 de Agosto de 2022
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De um total previsto de 16.6 mil milhões de euros, estão aprovados 6.5 mil milhões, e só 751 milhões estão pagos.

Lendo os números da cantada “Bazuca”, estão 10.1 mil milhões de euros por atribuir, um terço do devido. Numa leitura mais fina, 90% dos beneficiários do pagamento são instituições do Estado, com 677 milhões, e 10% são empresas, famílias e IPSS, recebendo 75.4 milhões. No total, as empresas que, queiramos ou não, são o motor de um crescimento económico sustentado, só receberam 13 milhões, uma ninharia.

E o Estado continua na dianteira dos projectos elegíveis, e das verbas já pagas, engordando e fazendo-se pagar pelos méritos e deméritos da sua acção. Estratégias…

Contando que Portugal é um país de burocracias e de burocratas, não admiram estes atrasos, nem que Costa se empoleire, ponha o dedo no ar, e reclame uma prorrogação dos prazos. De pouco valeu a cena hilariante e bacoca do PM esfregar as mãos de contente, perante a Presidente da Comissão Europeia, e perguntar se já podia ir ao banco levantar o cheque. Parecia que estava tudo preparado na “pole position”, e só faltava o tiro de partida.


Só uma terça parte das verbas estão atribuídas, e as pagas são residuais, o que faz perigar o recebimento integral das verbas inscritas no PRR.

Nesta fase, já não se discute que tanto continue a caber ao anafado e luzidio Estado. O que agora interessa, é que nenhum cêntimo se perca, e que todo fique por cá, mesmo mal distribuído.

É do interesse nacional que assim seja, e nisso todos devíamos colaborar, esquecendo discordâncias, e arrumando a casa, exigindo gente mais lesta e impondo procedimentos mais ágeis.

Mas, se nem no que é dado, somos expeditos e competentes a aprovar e a gastar, está tudo dito. Com ou sem maioria absoluta, não saímos da cepa torta.

E se um dia a UE nos faltar, aposto dobrado contra singelo em como voltamos aos tempos da 1.ª República, com uma mão à frente e outra atrás, e o cu a ver-se.

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Publicado em Opinião