DISTRITO ESTÁ A DESAPARECER
A Comissão para uma Política de Natalidade em Portugal, coordenada por Joaquim Azevedo, produziu o documento “Por um Portugal Amigo das Crianças, das Famílias e da Natalidade – 2015-2035: Remover os obstáculos à Natalidade Desejada . Não simpatizo com o senhor professor, tivemos, em tempos idos, uma pequena altercação motivada por posições antagónicas, […]
A Comissão para uma Política de Natalidade em Portugal, coordenada por Joaquim Azevedo, produziu o documento “Por um Portugal Amigo das Crianças, das Famílias e da Natalidade – 2015-2035: Remover os obstáculos à Natalidade Desejada .
Não simpatizo com o senhor professor, tivemos, em tempos idos, uma pequena altercação motivada por posições antagónicas, no que concerne à autonomia das escolas e metodologia para a eleição dos seus directores. Esse episódio, não me impede de reconhecer que o estudo tem interesse. Tem interesse porque, embora de modo incipiente, permitiu trazer para a agenda política o tema da natalidade e propõe algumas medidas, umas assertivas outras nem por isso, que poderão contribuir para a resolução do grave problema que o país tem entre mãos.
O jornal Público (28 de Junho) fez uma reportagem da visita realizada a França para descobrir o segredo que levou o país a conseguir inverter o declínio demográfico.
Os jornalistas concluíram, ao longo do trabalho de investigação, que o sucesso das políticas francesas, que tem o maior índice de fecundidade da União Europeia, está alavancado na coerência e consistência de muitas políticas amigas da natalidade adoptadas há décadas. Nota importante, as mudanças de governo não são sinónimas de mudança de rumo. Esta estabilidade tem permitido às famílias sentirem a segurança necessária para terem filhos.
A baixa taxa de natalidade é um problema grave, no nosso país e no nosso distrito, que deve ser debatido pelos partidos e pela sociedade civil. Têm que ser estruturadas políticas que, independentemente da conquista e exercício do poder, se tornem num desígnio nacional. Tinha consciência do problema, mas os dados publicados pelo Jornal do Centro (26 de Junho) deixaram-me, confesso, alarmado com o saldo natural negativo, transversal a todos os concelhos do distrito de Viseu.
Os dados apresentados, obtidos na página da PORDATA, são claros: “No distrito de Viseu, a população está a diminuir em todos os concelhos. (…) Em 2014, no distrito de Viseu, morreram 4432 pessoas e apenas nasceram 2274”.
O título da notícia, embora algo apocalíptico, é elucidativo: “Distrito está a desaparecer”.