Eu, se fosse americano, condição que detestaria, votaria Biden. Nada de especial. Tenho a certeza que até o gato da minha vizinha, apesar de irracional, também assim faria. Ouvi-o bichanar, no muro, assim que a CNN anunciou que democrata ultrapassou Trump, na Geórgia.
Acreditando que o mundo está perdido, vejo em Biden um homem mais polido, mais cordato, mais tolerante, mais humano. Mas americano.
Entretanto, o presidente incumbente balcanizou-se, cada vez mais agarrado às suspeitas de fraude, coisa em que só ele acredita, à medida que as dúvidas eleitorais se vão desvanecendo.
Mas talvez a razão não seja assim tão estranha. Afinal, o que pensar de um país em que se a continua a votar como em 1800?
Em Novembro, porque neste mês estão terminadas as colheitas, e, à 3a. feira, porque dá tempo de ir à missa, ao domingo, ir votar na 3a. e ainda voltar a tempo de ir ao mercado, na 4a. feira! De carroça! Absurdo é uma palavra branda para descrever a realidade.
Não é difícil escolher entre um candidato que não tem nível e outro que não tem chama, entre um que não tem nada de inspirador e outro que é um perfeito estupor.
Difícil, é acreditar que num país com 50 estados e 328 milhões de habitantes, não haja melhor campo de escolha. De uma coisa estou certo. Com qualquer um destes dois inquilinos, Mónica Lewinsky, que por esta altura deve estar um canastrão, não esfolaria os joelhos na sala oval.