Com mais de metade da população vacinada com a dose completa, com os mais idosos, praticamente todos inoculados, com ano e meio de clausura e atrofia, julgo ser chegada a altura, como já o indicam os peritos e os matemáticos, de o governo dar corda aos sapatos e aliviar as medidas de confinamento, de uma forma séria, e não com mezinhas e uns purgantes.
Não é apenas pela economia, é pelas pessoas, que assim falo. Ao fim de dezoito meses de uma teimosa limitação de movimentos e excessiva brandura quando convém, mais ninguém está para aturar, por muito mais tempo, esta prisão domiciliária a que um governo acossado e acantonado nos obriga.
E o governo que se deixe de medos, de governar para as eleições, e que seja coerente, não obrigando uns e desobrigando outros. Já todos tomámos nota que, embora com pontos positivos, o governo, neste longo caminho, andou às aranhas e às apalpadelas. Falta agora assumir o desconfinamento, focando-se nas obrigações individuais, na autoresponsabilizacão, de modo a que, ainda parte do Verão, possa ser gozado com o Sol e calor, beijinhos e abraços. Os cotovelos já estão esfolados com tanta esfrega.
Quando começam a faltar argumentos objectivos e razoáveis para tantas restrições, resta a desobediência, que é o que já se vai sentindo nos grandes centros urbanos. E como não acredito que perto das eleições haja coragem para repressões, resta o regabofe e a desbunda. Nada que se recomende, diga-se.