Vladimir Putin, o novo czar da Rússia, parece não conviver bem com a oposição. Principalmente se esta pode pôr em causa a sua eternização no poder, como no tempo de líderes tais que José Estaline e seus sucessores.
Alexei Navalny, assumido como opositor a Putin, foi vítima de um estranhíssimo envenenamento com Novichok, a mesma substância que em 2018 vitimou o espião Sergei Skripal no Reino Unido. Hospitalizado na Alemanha e após a sua convalescença regressou com sua mulher à Rússia. Logo à chegada ao aeroporto foi detido pela polícia do regime, mantendo-se em “custódia”.
Entretanto as manifestações, duramente reprimidas pela polícia russa, sucedem-se pelas principais cidades do país exigindo a libertação de Navalny, tendo já levado à detenção de mais de 3.500 manifestantes.
O autocrata Putin mostra assim lidar mal com a democracia e com o direito a uma oposição que põe em causa a sua longa governação e denuncia casos sucessivos de corrupção, cleptocracia e de perseguição política.
Talvez por isso, o recém-eleito presidente dos USA, Joe Biden, tenha conversado com ele ao telefone logo após a sua eleição e acertado alguns pontos, nomeadamente a prisão e o tratamento dado a Navalny, o crítico do Kremlin, os actos de espionagem electrónica ou ataques cibernéticos (SolarWinds) que entraram nos sistemas informáticos de diversos departamentos norte-americanos, Tesouro incluído, o pagamento a talibãs afegãos para matarem soldados norte-americanos no Afeganistão, assim como a renovação do acordo de controlo de armas nucleares por mais cinco anos. Foram ainda abordadas as alegadas interferências da Rússia no decorrer das eleições norte-americanas de 2016 e 2020.
Mas Biden não foi uma voz isolada pois também os países do G7 condenaram veementemente a “prisão política” de Navalny em comunicado onde os chefes das diplomacias americana, britânica, alemã, francesa, italiana, canadense e japonesa afirmaram estar “unidos na sua condenação à prisão por motivos políticos de Alexei Navalny”.
(Fotos DR)