Neste aceso período eleitoral, os líderes partidários em confronto, mais do que esclarecer com clareza o eleitorado sobre as suas propostas nas áreas da saúde, educação, habitação, justiça, cultura, defesa nacional, salários, reformas, impostos, etc., digladiam-se com dichotes de circunstância e mau gosto.
Assim sendo, imitando o Chega e o seu líder, passaram ao ataque rasteiro, assemelhando-se àquele na fanfarronice e na histriónica vozearia de quem tem seguro que falar mais alto e pior dizer concede razão.
Para Montenegro, Pedro Nuno Santos é o artista das piruetas. Para Pedro Nuno Santos, Montenegro é o às da bagunça. Para André Ventura o BE é um partido com terroristas. Para Mariana Mortágua, os terroristas estão no Chega…
E este chorrilho de imprecações impera e renova-se, talvez para mostrar aos portugueses – aqueles que ainda se interessam, e são poucos – que “a minha é maior que a tua”, e desculpem-me o mau gosto desta tirada de adolescentes, mas é exactamente aquilo que me ocorre perante estes fantasiosos dislates.
Felizmente já não os ouviremos por muito mais tempo, nesta assíntona cacofonia, sendo as eleições a 10 de Março, ou seja, de hoje a 17 dias.
De um lado e de outro, os antagonistas, em dois blocos clamarão vitória. No meio, sozinho, à espera que alguém lhe estenda a mão, Ventura fará figas para a queda de Montenegro e para a vinda de um “amigo” de outros tempos, encoberto no nevoeiro messiânico, para reconciliar ad perpetuam a social democracia com a extrema direita populista que, como a erva ruim, cresce em cada esquina.
(Foto DR)