Covid-19: o povo português merece ser esclarecido

Estará, porventura, na hora de o leitor “dizer”, aos arautos do medo da nossa praça, que a ciência se rege por métodos: a Suécia manteve-se como o grupo “controlo”, em face do Reino Unido e de Portugal que fizeram de grupo “experimental”. A “Suécia ficou com o mal, é certo; nós e os britânicos ficámos com um mal superior, e pagámos as despesas da experimentação”. Isto é o que diz a ciência, gritem ou não, os que negam o movimento da Terra.

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  • 15:59 | Terça-feira, 09 de Fevereiro de 2021
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Quem (e com que intenção) pretende continuar a conduzir a gestão da pandemia com base no medo do vírus?

O mundo farmacêutico, que ganha dinheiro como nunca na história e nos financiará no futuro, a um preço que não será nada “humanitário”? Os designados cientistas, que não revelam os seus conflitos de interesses? O governo, que parece não saber o que deve fazer, nem à doença nem à economia?

A todos, importa recordar que a ciência “nasceu” para questionar as autoridades e não para fazer de coro (não o clássico, mas ao estilo da “multiplicidade unitária”, como na releitura das tragédias da Antiguidade Clássica dos tempos da ocupação militar nazi). Parece-nos urgente (re)ler, entretanto, uma vez mais, a peça “Antígona” e tirar as devidas ilações. (Quem tiver ouvidos para ouvir o trabalho de Jean Anouilh, ouça!). Que outra coisa poderíamos pensar do facto de alguns académicos se recusarem a vir a público, porque a comunicação social tem aceitado (beneficiado?) a “missão” de “trucidar” quem não alinha o seu discurso pela mensagem do medo.

Guiamo-nos pela mensagem do cuidado, da conjugação entre a “prudência” e a “simplicidade”, como recomenda o Evangelho; medo, não. A verdade é sempre incompatível com o discurso do medo, e à nossa dimensão assumimos que “não podemos deixar de falar”. Vamos a factos de compreensão simples.


1. O vírus da gripe “asiática”, de 1957/58, está na origem da morte de cerca de cinco vezes mais gente, no mundo, do que a Covid-19 até agora, fazendo uma comparação com a população da época, como já referimos em anteriores artigos. Com 11 anos de idade, o primeiro dos subscritores deste texto contraiu o vírus e desenvolveu uma pneumonia. Perante os que, preocupados, não sabiam como tratar a terrível doença, foi curado com a “penicilina”, por um senhor que tinha recebido formação em enfermagem durante o serviço militar. Milhares e milhares de pessoas foram, agora, tratadas, em todo o mundo, do mesmo modo, ou seja, em ambulatório, e apenas com o recurso a um antibiótico de largo especto – a Azitromicina. As redes sociais estão repletas de informações, acerca de tratamentos eficazes ou de vacinas tradicionais (como é o caso da russa – Sputnik-V), mesmo se a comunicação mainstream continua a sua campanha aparentemente “remuneradora”, baseada no medo e em vacinas radicalmente novas, ou de logística incomportável, dados os prazos (riscos?) e a previsível continuidade do vírus na comunidade. Terminamos este primeiro ponto com duas questões que reputamos pertinentes: quando nos começam a informar que, para que uma vacina funcione, é necessário ter o “sistema imunitário” – a verdadeira “vacina” de todos os tempos – em boa e devida forma? Como se pretende garantir que ele está na devida forma, confinando as pessoas vulneráveis em casa?

2. No início da “pandemia”, dois países decidiram que se devia fazer, com este coronavírus, como sempre se tinha feito nas outras crises: controlar os efeitos, na saúde, dos que iriam adoecer, mas que não se devia confinar as pessoas, como se de uma peste se tratasse – a Suécia e o Reino Unido. Depois (…) sabemos que cada um deles seguiu caminhos opostos: a Suécia manteve-se como estava e o Reino Unido confinou a população, como fez também Portugal. Passou quase um ano e o que nos dizem os números? O leitor pode conferir na net (site – “atualização dos números covid”) que, independentemente das medidas tomadas, os casos de contágio e os números da mortalidade se comportaram do mesmo modo. Se quiserem olhar, ao detalhe, para os números, verão que: (i) na “primeira vaga”, os casos e as mortes seguiram os mesmos prazos, e enquanto a Suécia teve mais mortes por milhão de habitantes do que Portugal, contabilizou menos mortes do que o Reino Unido; (ii) no espaço de um mês (entre outubro e novembro), os casos e as mortes da designada “segunda vaga” começaram a subir e deixaram de subir nos de finais de janeiro, com alguns dias de intervalo, nos três países, independentemente das medidas tomadas; (iii) no conjunto das ditas “duas vagas”, Portugal já passou as mortes da Suécia, tal como o Reino Unido continuou à frente de ambos os países; (iv) quanto ao número de pessoas que ficaram sem tratamentos, respeitantes a outras doenças, quer Portugal, quer o Reino Unido, foram drasticamente castigados, ao passo que a Suécia não alterou o funcionamento do seu sistema de saúde; (v) em termos económicos, a Suécia está, incomparavelmente, melhor do que Portugal ou o Reino Unido.

3. Numa entrevista a Isabel Salema – no jornal Público de 03/05/2020, intitulada “o número de mortes será quase o mesmo em todos os países europeus” – o Prof. Johan Giesecke, conselheiro da “agência de saúde da Suécia”, tinha anunciado o quadro que descrevemos no ponto anterior. Como é que este cientista sabia e os “nossos” não adivinharam o cenário? Molharam o dedo, e não deu?! Fiquemos atentos e aguardemos que o referido jornal volte a este tema e nos diga, a nós portugueses, apoiado em números, o que ganhámos em imitar o Reino Unido.

4. Estará, porventura, na hora de o leitor “dizer”, aos arautos do medo da nossa praça, que a ciência se rege por métodos: a Suécia manteve-se como o grupo “controlo”, em face do Reino Unido e de Portugal que fizeram de grupo “experimental”. A “Suécia ficou com o mal, é certo; nós e os britânicos ficámos com um mal superior, e pagámos as despesas da experimentação”. Isto é o que diz a ciência, gritem ou não, os que negam o movimento da Terra.

A charlatanice terá, ainda, porém, campo aberto até que o povo acorde da letargia do pânico em que tem sido mantido. Nos dias que correm, iremos, sem dúvida, assistir à emergência do “novo milagre” das “descidas” das “curvas” graças às medidas do “novo confinamento” (ver os sempre bem documentados Blogs dos Prof.s André Dias e Henrique Pereira dos Santos, entre outros).

O leitor poderá, entretanto, deixar de acompanhar o “coro” (oh quão afinado!) dos que continuam a culpar a natureza pelo aparecimento do vírus, como se este tivesse vindo do Inferno, tantos o tratam, explicitamente, de “diabólico” nos meios mainstream. Até o sempre adulado Prof. Fauci presidiu a um encontro em que, se comparavam a sida e a covid-19, dizendo que ambas apresentavam as mesmas “características diabólicas” (ver jornais de 20/4/2020): “os assintomáticos transmitem o vírus”, afirmou-se. Já o “presidente do conselho científico” francês o qualifica, a 27/1/2021, como “mais diabólico e mais inteligente do que muita gente pensa”. (Incrível, não?!). Esperamos que não se vá a ponto de amaldiçoar o Céu (parece que voltámos à Idade Média, mas o que é exagerado não funciona). Agora, o que está “a dar”, é o discurso alternativo – o de responsabilizar as alterações climáticas, como a OMS já tinha feito na crise da cólera no Haiti, em 2010!

Queixemo-nos, antes, pois, de seguir uma má política, porque os verdadeiros cientistas do país (da medicina e não só) ficaram sem acesso às vias da comunicação social, capturada por interesses aparentemente inconfessáveis. Se fossem confessáveis, como deixaram de vir a público, no mínimo com a mesma presença dos “habituais”, Professores indiscutíveis como, António Vaz Carneiro, Jorge Torgal ou António Ferreira, para citar três, como é hábito proceder nos concursos do governo. Continuar com os que se prestam a servir de “carpideiras” do “regime”, imaginamos que seja exagero manifesto.

Um dia, talvez, saberemos quais foram os interesses inconfessados, quando existirem leis que os obriguem a dizer sempre “em nome de que interesses falam”, quando se nos dirigem através dos meios que todos financiamos.

 

Albino Lopes – (Prof. Cat. Jubilado do ISCSP/ULisboa)

 

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