Os políticos que mais merecem o meu respeito são os que, à direita e à esquerda, têm um pensamento, traçam uma linha, e vão em frente, ancorados nas suas convicções, amparados pelos seus desígnios.
Quer chova ou faça sol, eles estão lá. Quer as suas ideias sejam populares ou impopulares, eles mantêm um rumo. Não vacilam nas contrariedades, nem se amedontram com as vicissitudes.
Os que não fazem isto, são estagiários, condenados a uma carreira medíocre. Falo de Celito e das condecorações do 25 de Abril, uma mão-cheia delas. Era para celebrar todos. Mas quando a vozearia se levantou, à direita, reclamando de Rosa Coutinho, Vasco Gonçalves e Costa Gomes, e as trombetas se ouviram à esquerda, contra Spínola, eis que Celito se torna vulgar e banal, igual aos outros, fraco, calculista, medricas e temeroso.
Ó homem de Deus, puxe lá da caixa das caricas, e não tenha medo, não poupe nos distinguidos. E por causa de meia dúzia não estrague de festa, porque de rambóia é que o povo gosta!
(Foto DR)