O Outono Quente é um evento cultural organizado pela Associação Zunzum.
Trata-se de um evento financiado pelo Município de Viseu, em cerca de 50 mil euros.
Este ano a sua realização está prevista para os dias 1 a 11 de Outubro, no Parque Aquilino Ribeiro.
Nada tenho contra o evento, nem contra quem o organiza, mas, em ano de pandemia, e num período em que vigora o estado de Contingência, não concordo com a sua realização, pelos motivos que passo a explicar:
1- Nos últimos tempos, temos assistido a um aumento do número de casos de Covid-19, no concelho de Viseu.
2- O Presidente da Câmara Municipal tem aparecido com frequência nos órgãos de comunicação locais e nacionais a tecer algumas explicações sobre o aumento do número de casos.
4- As razões que estiveram por detrás desta interrupção são sobejamente conhecidas e estão relacionadas com o aumento do número de casos de Covid-19.
5- É necessário relembrar que que vivemos atualmente, em Portugal, um estado de mitigação pandémica, uma vez que esta se encontra ativa com o surgimento de cadeias e surtos de transmissão que importa estancar o quanto antes.
6- Foi igualmente decretado pelo governo a entrada em vigor do estado de contingência a partir do dia 15 de Setembro, que, entre outras medidas, impõe a proibição de ajuntamentos superiores a 10 pessoas.
7- No final desta semana retomam as aulas, e todos sabemos que o Parque Aquilino Ribeiro é ponto de passagem diário de umas largas centenas de estudantes.
8- Promover um evento cultural desta natureza, no Parque da cidade, é estar a aliciar os jovens estudantes a juntarem-se, o que, neste momento pandémico, não é aconselhável.
9- Não deixa de ser bizarro, ziguezagueante e contraditório o comportamento do Executivo Municipal neste assunto, visto que, com apenas uma diferença de 15 dias suspende o Viseu Estrela à Mesa para evitar ajuntamentos, para logo de seguida promover o Outono Quente, em período de contingência.
Perante estas evidentes atribulações, qual será o parecer das Autoridades de Saúde locais e nacionais e o que tem a dizer sobre tudo isto o Coordenador Distrital para o Covid-19, que nos saiu na rifa?