Este título, um pouco camiliano, foi por mim criado há anos quando era director de um jornal azurarense e onde escrevia ficcionadas cartas trocadas entre ficcionadas personagens daquele concelho. Rábula que me deu bastante prazer, acrescente-se.
Apesar de destratado por Luís Montenegro no seu discurso de posse, Pedro Nuno Santos, que arranjou forma de não estar presente no acto, escreveu àquele a disponibilizar-se para um entendimento em matérias sensíveis. Aquele respondeu a este, com a dilação temporal suficiente para evidenciar que não havia grande urgência, a dizer que sim senhor, mas…
Entre actos lá se vão tratando por Caro isto e Caro aquilo, expressando Montenegro a sua estima pessoal, ao contrário do expresso no tal discurso do “músculo”.
Com uma diferença de 50 mil votos apurada nas eleições legislativas, com os mesmos 78 deputados eleitos, temos de um lado a AD= PSD+CDS+PPM e do outro o PS, que soube com muita ligeireza desacreditar-se e desbaratar uma maioria absoluta que o povo lhe deu nas urnas.
Ventura anda felicíssimo com este apoiante de última hora (ou de sempre), agora apresentador de livros de bolorento conteúdo, onde, em torno da “Família” se expõem, sub e sobreliminares as ideias de sacristia da extrema-direita lusitana.
Passos Coelho, o Messias, espera a queda rápida do governo AD para se substituir de imediato a Montenegro, tendo no horizonte a presidência da República, cujo lançamento teve como primicial subscritor e apoiante André Ventura. “Les beaux esprits se rencontrent…”
E assim, esperamos que o Pedro e o Luís passem das cartas a um “namoro” de proximidade — afinal estão ambos na mesma cidade — para percebermos que empatia ou antipatia daí decorrerá.
O país — que é mais do que um milhão — agradece…