Ao anunciar que iria propôr à Comissão Nacional do PS a abstenção nas votações do OE (generalidade e votação geral final) Pedro Nuno Santos colocou fim a uma “novela” que durava há tempo demais.
Fez bem e o país agradece.
Deixou ainda implícito que no próximo orçamento só se pronunciará aquando da apresentação do mesmo.
Esta atitude irá possibilitar que não volte a enredar-se em declarações evitáveis e prejudiciais.
Na verdade, falou do orçamento desde as eleições.
Pior, pelo meio ainda deixou que o PS desse a sensação de um partido dividido.
Foi um processo longo e desnecessariamente doloroso.
Foi particularmente triste o apelo a que o partido “falasse a uma só voz”.
Nunca o Partido Socialista foi um partido de unanimidades e nunca houve mordaças para que TODOS os cidadãos/militantes exprimissem o que sentiam.
Não consigo perceber como um Secretário Geral do Partido Socialista foi capaz de fazer um apelo à autocensura dos militantes.
Estes últimos meses foram de pouca ou desadequada oposição.
Urge uma atitude de oposição serena, assertiva e competente, mais dirigida aos interesses do país que à espuma do dia a dia da comunicação.
Apesar de tudo, os estudos de opinião dão cenários idênticos às últimas Legislativas ou Europeias.
Como seria se o PS tivesse feito Oposição nestes meses?