Tem dias em que sinto uma solidariedade constrangida por Luís Montenegro, líder da AD.
No PSD, com a peregrina ideia de ressuscitarem partidos moribundos, num relançamento saudosista, alargado e ressesso da aliança “Portugal à Frente”, PàF, formalizada em 2015 entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, a “coisa” foi alargada e foram repescar o PPM, que trouxe consigo Gonçalo da Câmara Pereira e o CDS-PP com o Nuno Melo.
Depois, como se não chegassem os embaraços, veio o messiânico Passos Coelho, num importantíssimo comício em Faro, ter aquele desabafo encarado como xenófobo, acerca dos imigrantes e da insegurança.
Cereja em cima do bolo, Paulo Núncio, vice-presidente do CDS-PP, número quatro da AD em Lisboa, um peso pesado, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (2011-2015), veio anafado requerer um novo referendo ao aborto, com o intuito de reverter a despenalização, limitando o seu acesso com a criação de taxas moderadoras.
Como um bombeiro diligente, Luís Montenegro desdobra-se em explicações acerca das palavras destes seus companheiros. E bem clama que Passos Coelho não queria dizer o que disse, que o desiderato de Núncio nada tem a ver com esta AD, etc. e tal…
No fundo, anda a remendar os buracos deixados no terreno como armadilhas ao seu progredir, por esta espécie de inoportunos correligionários, que quase parecem agir como “emplastros” desta árdua caminhada.