A política local começa a aquecer os motores para a corrida autárquico de 2021 ao perfilarem-se os primeiros protagonistas.
O PS foi o primeiro a chegar -se à frente, o que é compreensível, porque parte em desvantagem num terreno que nos últimos 28 anos tem dado maiorias absolutas sucessivas ao PSD (20 anos de maiorias de Fernando Ruas e 8 de Almeida Henriques no final do atual mandato).
Para tentar conquistar Viseu, o PS nacional, ou melhor António Costa, escolheu João Azevedo, o autarca que nos últimos dez anos esteve à frente da Câmara de Mangualde. O PS pretende assim concretizar em votos a popularidade de João Azevedo, tal acontece porque o PS Viseu não foi capaz de gerar nos últimos anos um candidato com força suficiente para conquistar a autarquia viseense. No fundo, o PS tem a expetativa de que João Azevedo consiga melhorar o score eleitoral que obteve contra Fernando Ruas nas últimas eleições legislativas.
Acontece que Fernando Ruas, na casa dos setenta anos, continua a ser o melhor ativo eleitoral do PSD, sem qualquer derrota no currículo eleitoral em eleições nacionais e autárquicas, onde obteve scores eleitorais demolidores.
Se tudo correr como o previsto e não houver novidades resultantes das eleições concelhias no PSD, Almeida Henriques será o candidato da continuidade, porém terá de melhorar a sua prestação, neste ano de mandato que ainda tem pela frente.
No território local, a força eleitoral do PSD encontra-se instalada nas freguesias e nas associações e assim deverá continuar.
O PS, como os demais partidos, ainda têm de comer muita broa se quiserem recuperar dessa desvantagem. Mas, em abono da verdade, estão com tempo para o poderem fazer. Neste enquadramento, a freguesia da cidade, assim como as freguesias com maior densidade populacional (Rio de Loba, Abraveses, Ranhados, Repeses/ S. Salvador/Campo) serão decisivas e muito do resultado autárquico será aí decidido, uma vez que as freguesias rurais, que deram a primeira eleição a Fernando Ruas, estão agora longe do fulgor populacional e eleitoral das décadas de oitenta e noventa do século passado, podendo, com pena minha, afirmar-se que se nada for feito para o contrariar serão cada vez mais paisagem.